As vergonhosas estradas da ilha mais turística de Cabo Verde
A situação caótica em que se encontram as estradas da ilha do Sal não é nenhuma novidade e, segundo os munícipes, condutores e profissionais, pouco ou nada adianta reclamar e protestar contra o que consideram ser uma “vergonha”. Ainda por cima, numa ilha “que se diz turística” e num país onde todos os dias a taxa rodoviária é paga por cada litro de combustível que se compra nas bombas de abastecimento.
Em Fevereiro de 2022, portanto, há um ano, o primeiro-ministro garantiu que as obras de requalificação das estradas de acesso Palmeira/ Espargos/Santa Maria e Pontão já tinham financiamento, sem, contudo, avançar valores e a previsão do arranque das mesmas.
Em Outubro passado, na Assembleia Municipal, o edil Júlio Lopes voltou a dizer que já tinha sido feita a consignação da obra de reabilitação da estrada da Palmeira, Santa Maria e Avenida dos Hotéis, cujo projecto estava orçado em 52 mil contos, confiada à empresa Enlevo, no quadro de um concurso público.
“Vai-se avançar com a empreitada para a requalificação da estrada Palmeira/Santa Maria, com iluminação pública e com ciclovia pedonal, e da Espargos/Santa Maria”, sublinhou o autarca, sem apontar, todavia, a data do arranque desta tão desejada obra de requalificação das estradas do Sal.
Os munícipes voltaram a tocar na situação das estradas, calçadas e passeios nas diferentes zonas da ilha durante os trabalhos da última sessão ordinária da Assembleia Municipal, em Fevereiro deste ano. Entretanto, já estamos em Março e nada foi feito de concreto.
As principais vias Espargos/Palmeira e Espargos/Santa Maria estão cada vez mais esburacadas, principalmente a da Palmeira, onde fica o Porto, que regista grande circulação de veículos ligeiros e pesados.
Júlio Lopes admitiu o estado degradado das estradas, porém afirmou que mais vale esperar pelas obras de modernização do que aplicar cerca de 50 mil contos só para tapar buracos.
“A construção das estradas Espargos/Santa Maria/Espargos/Palmeira é o maior projecto de infraestruturas de Cabo Verde. Até lá, vamos ter de gerir essa situação de buracos, porque tapá-los vão custar mais de 50 mil contos, dinheiro que poderá ser aplicado em outro tipo de investimento. É uma questão de ver …”, disse o autarca.