A Nacao

Suspeito assume que foi contratado para “dar um susto” no Óscar Santos mas nega ter sido o atirador

- A NAÇAO*

O arguido Rui Santos Correia, suposto autor do atentado contra o na altura edil da Praia, Óscar Santos, confessou nesta quarta-feira, 8, em tribunal, que foi contratado para “dar um susto” nesse político, mas nega ter sido ele o atirador que feriu gravemente o visado. O caso remonta a 29 de Julho de 2019, data em que a vítima foi atingida com um tiro, quando, por volta das 05h30, se dirigia para um ginásio.

Na sequência da retoma do julgamento do caso de atentado contra o ex-autarca e agora governador do Banco de Cabo Verde, esta quarta-feira,2, o arguido Rui Santos Correia disse ao juiz que não foi contratado para matar Óscar Santos, mas sim para dar-lhe “um susto”, embora não soubesse, no início, quem era o seu alvo.

O arguido informou ainda que esteve por três vezes nas “pegadas” de Óscar Santos, mas que, da primeira vez, não conseguiu atirar porque o ângulo não lhe favoreceu. Da segunda, disse que após constatar que se tratava do ex-presidente da CMP se arrependeu, e que numa terceira ocasião terá desistido do trabalho para o qual foi contratado.

Outros arguidos desmentem Rui Santos Correia Só que há uma quarta cena do crime. Isto é, o momento em que Óscar Santos é baleado e atingido em frente ao ginásio que frequentav­a em Palmarejo Baixo, momento esse em que Rui Santos Correia desafiou o Tribunal a provar, com recurso a vídeo e outras provas, que ele realmente esteve no local e que foi ele baleou a vítima. Entretanto, é de se referir que os outros arguidos desmentira­m, por seu turno, as declaraçõe­s de Santos Correia, deixando a nu uma certa contradiçã­o naquilo que dizem os arguidos deste caso.

Audições remarcadas para 9 e 24 de Março As sessões de audição deste julgamento foram remarcadas para os dias 09 e 24 de Março. Na agenda estará a visualizaç­ão de imagens e audição do ofendido e de algumas testemunha­s que o tribunal tinha, inclusive, recusado voltar a ouvir neste mediático caso.

A verdade é que o intervalo de tempo, que havia sido dado em Fevereiro, para que p julgamento fosse retomado, hoje, após a introdução de mais elementos no processo, não foi suficiente. Assim, optou-se por mais uma remarcação.

Recorde-se que ficou de ser adicionado no processo o relatório das chamadas entre os arguidos, documento que já foi solicitado junto das duas operadoras móveis do país, e também o registo electrónic­o das passagens interilhas, supostamen­te adquiridas pelos arguidos.

O caso

O atentado contra Óscar Santos remonta a 29 de Julho de 2019, data em que foi atingido com um tiro, quando, como atrás foi referido, pela manhã bem cedo, se dirigia para um ginásio que frequentav­a no Palmarejo Baixo, na Cidade da Praia. À sua espera estavam dois encapuzado­s que, depois do disparo, se puseram em fuga. O ex-autarca foi transporta­do para o Hospital Agostinho Neto, onde foi operado para remover a bala que o atingiu no braço direito, sendo depois evacuado para Lisboa, Portugal. Na altura, Óscar Santos disse tratar-se de “uma cobarde vingança por acto que tenha praticado enquanto presidente da Câmara Municipal da Praia”. O último suspeito de participar deste atentado foi detido e apresentad­o ao tribunal em Outubro passado tendo lhe sido decretado prisão preventiva, tal como outros quatros suspeitos que estão na mesma situação desde Maio de 2022, mais três, que seriam os supostos mandantes, ficaram em liberdade, mas com a proibição de sair do país.

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