Regresso (discreto) ao doméstico
Timidamente, a TACV vai regressando ao mercado doméstico, perante a incapacidade da Best Fly em fazer escoar passageiros de várias ilhas do país. A transportadora nacional fez um primeiro ensaio no carnaval, transportando passageiros da Praia para São Vicente e vice-versa, e, nesta semana fez, a pedido do Governo, fez dois voos. Um para São Vicente e outro para o Sal, neste caso, para o transporte de alunos que estão a participar nos Jogos Escolares que decorrem na cidade da Praia.
Esta “reentrada” na TACV no doméstico com o Boeing 737 acarreta, contudo, custos operacionais elevadíssimos. Ela foi ditada pelo facto de a Best Fly estar a operar há quase dois meses com apenas um ATR, porquanto, um avião dessa companhia de capitais angolanos está em terra com o motor avariado e um outro está em Toulouse, na França, em manutenção.
Contudo, segundo uma fonte próxima da Best Fly, a situação dos transportes aéreos inter-ilhas será normalizada a partir de 7 de Abril com a chegada do ATR que está em Toulouse. Perspetiva-se, igualmente, a entrada na frota do avião Embraer, que está, há mais de um ano, à espera da certificação por parte da AAC, o que para muitos não se justifica.
Porém, com o receio de a Best-Fly abandonar o país como fez a Binter, há quem defenda que a TACV deve regressar ao mercado doméstico, não só para garantir uma certa previsibilidade, mas também para quebrar o monopólio privado.
O nosso interlocutor lembra que a Best Fly está a fazer negócios com o Senegal, “com interesses absolutamente em conflito com os nossos, quando era suposto transformar a Best Fly numa parceira estratégica, com um hub com base em Cabo Verde, com vista o mercado da sub-região”.
Ou seja, a Best Fly “está a colaborar com um principal concorrente”, porquanto, “não tem nenhuma obrigação, tendo em conta que não existe nenhum acordo ou qualquer contrato de garantir a ligação das linhas nacionais”. DA