Tráfico de influências e uso indevido de recursos público
Zidyane Vicente diz que resolveu fazer estas denúncias públicas, pelo facto de haver um certo descaso por parte da administração da Pró-Garante, que prefere “dar suporte” a Andrés Bernal, alvo de uma queixa no Tribunal, por parte da ex-responsável do registo das Garantias Móveis (RGM), Giselle Abu-Raya, também por assédio moral e laboral.
Consoante o mesmo relato, até Outubro de 2022, Bernal recebeu mais de 75 mil contos, “sem nunca ter pago um centavo de imposto aos cofres do Estado, sabendo ele que é pago no âmbito de um projecto financiado pelo Banco Mundial (dívida pública), o qual posteriormente sairá dos bolsos de cada contribuinte cabo-verdiano”.
“Faz viagens para representar a empresa e leva a esposa, onde os gastos de alojamento nos hotéis e apartamentos alugados com a família, dentro e fora do país, ficam a cargo da Pró-Garante. Usa a viatura da Pró-Garante (matrícula amarela) indevidamente, colocando-o nas mãos dos filhos e da esposa, quando isto é proibido através de um decreto-lei”, denuncia.
A denunciante acusa Andrés Bernal de ter usado a influência que tem no sector financeiro e da actual PCA da Pró-Garante, Antónia Cardoso, ex-auditora da Caixa Económica de Cabo Verde (CECV), para colocar a filha num estágio no gabinete de auditoria desse banco, colocando, também, o filho a trabalhar na Pró-Garante, “aos olhos de todos”.
Como assegura, Andrés Bernal “aproveita da posição para promover o próprio filho junto da empresa AIS (consultora internacional) que está a trabalhar no Projeto Desenho, Desenvolvimento e Implementação de um Sistema de Gestão Integrado da Pró Garante”.
E mais, segundo Zidyane, enquanto administrador, Bernal deu garantia da Pró-Garante para a empresa da própria esposa, “onde o mesmo é fiador, assinando a própria certidão de garantia como administrador executivo”.
E, não menos amoral, Andrés Bernal aproveitou uma das caminhadas promovida pelo vice-primeiro-ministro, Olavo Correia, na ilha de Santiago, “para posteriormente solicitar o reembolso de gastos que teve com a família num hotel em Tarrafal, durante o fim-de-semana, justificando que foi gasto de representação da Pró-Garante por ter dado a cara naquela caminhada”.