Giselle Abu-Raia, outra vítima
Outro alegado caso de assédio moral e assédio laboral, envolvendo Andrés Bernal, provocou o despedimento “sem justa causa” de Giselle Abu-Raya, que desempenhava as funções de responsável do registo das Garantias Móveis (RGM).
Insatisfeita, esta técnica avançou com uma queixa contra a administração da Pró-Garante, tendo o Tribunal determinado a sua reintegração nos quadros dessa instituição, por considerar que o despedimento foi “ilegal”, mas a administração ainda não acatou a sentença de 27 de Março.
Giselle Abu-Raya contou ao A NAÇÃO que o que originou o seu despedimento foi o facto de não se ter sujeitada a permanentes situações de assédio moral e de interesses paralelos.
Explica ainda que saiu da Pró-Empresa para trabalhar na Pró-Garante para gerir uma plataforma financiada pelo Banco Mundial e que foi alocada na Pró-Garante. Realça, no entanto, que, durante todo esse tempo (desde 2019), Andrés Bernal “nunca mostrou interesse nessa plataforma”.
Pelo facto de a Pró-Garante ainda não ter lidado as redes sociais e nem com um site e por lidar com vários stakeholders e movimentar mais de sete milhões de contos de créditos com a garantia dessa instituição, diz que resolveu apresentar uma proposta de criação de um site.
“Fiz uma recolha de opções no mercado para criar uma página nas redes sociais e construir um site. Na proposta havia várias opções, como, por exemplo, a alocação de hardware e outros aspectos e ele perguntou-me: qual é o valor final?”, explica Giselle que disse ter-lhe informado que o valor final iria depender da opção a ser adoptada pela administração.
Depois disso, segundo esta técnica, Andrés Bernal começou a falar com ela de forma agressiva, dizendo que “não quero saber e ponto final. Os meus técnicos têm de saber o que estão a apresentar e o que é o valor final”. Perante essa alegada “agressividade”, Giselle Abu-Raya diz que lhe informou que o valor final dependia da estratégia e dos módulos para essa instituição pública.
“Durante essa reunião ele agrediu-me verbalmente, gritando e sem dar-me espaço para reagir”, realça Abu-Raia, que explica que a situação se complicou quando a PCA entrou na sala. “Disse-lhe que como não estávamos a nos entender e, tendo em conta que o senhor sai no dia 31 de Janeiro, eu trato o assunto com a doutora Antónia”.
Consoante a nossa fonte, Andrés Bernal não terá ficado contente pelo facto de ela ter dito que ele estava de saída, então o mesmo respondeu: “Eu até posso estar de saída, mas fica cá a trabalhar quem eu quiser. Eu é que decido se fica, ou não e até o dia 31 a senhora não vai ficar”. A partir desse momento, Giselle Abu-Raya diz que passou a ser agredida verbalmente pelo administrador executivo da Pró-Garante em todas as reuniões em que participavam.