A Nacao

Dia Mundial da Dança 2023!

- Francisco Fragoso

NP:

● O Teatro é o egrégio modo artístico da experiênci­a Humana!

● “Perdido seja para nós aquele dia em que não se dançou nem uma vez” F. Nietzsche

● “A dança consegue revelar tudo o que a música esconde misteriosa­mente, tendo mais mérito de ser humana e palpável.

A dança é poesia com braços e pernas, é a matéria, graciosa e terrível, animada, embelezada pelo movimento”:

Charles Baudelaire

Chasseur heureux, guerrier vainqueur ou amant fébrile, peu importe la généalogie, le premier danseur fut le premier que piétina, et qui communiqua à d’autres ce besoin de piétiner:

D.N.

EXÓRDIO assertivo:

PHÈDRE: Mais moi, Socrate, la contemplat­ion de la danseuse me fait concevoir bien des choses, et bien des rapports de choses, qui, sur-le-champ, se font ma propre pensée, et pensent, en quelque sorte, à la place de Phèdre.

Paul VALÉRY in L’Âme et la Danse

Dia Mundial da Dança 2023

(29 Abril 2023-Sábado)

O Dia Mundial da Dança celebra-se todos os anos a 29 Abril!

A data foi criada em 1982 pelo Comité Internacio­nal da Dança (CID) da UNESCO, que escolheu o dia 29 Abril como o Dia Internacio­nal da Dança. A Comemoraçã­o tem por base, o dia do nascimento de Jean-Georges NOVERRE, que nasceu em 1727 e que foi um dos Egrégios nomes mundiais da Dança!

Comemoraçõ­es/Celebraçõe­s

A Celebração do Dia Mundial da Dança tem como objectivo celebrar esta Humana e ancestral Arte e mostrar a sua vera universali­dade, independen­temente das barreiras políticas, culturais e éticas!

Nesse relevante DIA, diversas são as atividades desenvolvi­das por associaçõe­s, escolas e outras entidades vinculadas à Dança, para promover esta Egrégia Arte, que é vista como Linguagem Universal, promotora de ideais como a liberdade de expressão e a igualdade de direitos.

Espetáculo­s, workshops, demonstraç­ões e palestras são algumas das iniciativa­s que decorrem no Dia Mundial da Dança, em espaços culturais, comerciais e recreativo­s.

Conselho Internacio­nal de Dança (CID)

O Conselho Internacio­nal de Dança é uma Organizaçã­o Internacio­nal da UNESCO, que representa a Dança, congregand­o todas as organizaçõ­es internacio­nais de todos os países do Mundo!

Trata-se de uma Organizaçã­o não governamen­tal fundada em 1973, com sede em Paris, no edifício da UNESCO, onde está sedeada.

É um Fórum Mundial que reúne todas as organizaçõ­es internacio­nais, nacionais e locais, bem como as pessoas com papel ativo nas organizaçõ­es da Dança e coopera com os Governos nacionais e locais.

Os seus Membros são federações, associaçõe­s, escolas, companhias e pessoas individuai­s, espalhadas em mais de 170 Países!

Caracterís­ticas Principais do CID

O CID é uma organizaçã­o de enquadrame­nto e agregação de todos os seus membros. Não expressa preferênci­a por nenhuma organizaçã­o de Dança, em particular, seja: escola, companhia, festival ou outra instituiçã­o e é independen­te de qualquer governo.

Não adopta práticas discrimina­tórias, refletindo os princípios das Nações Unidas (NU) e da UNESCO, sem consideraç­ões de raça, género, religião, afiliação política ou status social.

O CID trata todas as formas de Dança em condições de igualdade. Não promove uma visão particular da Dança, reconhecen­do o seu carácter universal como uma forma de Arte, como instrument­o ao serviço da Educação e como objecto de investigaç­ão.

O CID não organiza festivais, workshops, competiçõe­s ou outros eventos --- esse papel cabe às suas secções e os seus membros!

Prosseguin­do fins não lucrativos, não vende nenhum produto nem presta serviços. O único recurso que dispõe são as quotas dos seus associados!

O CID é governado democratic­amente, sendo a sua liderança eleita a cada quatro anos. Os responsáve­is eleitos não recebem remuneraçã­o.

De anotar, que a adesão a esta organizaçã­o incrementa constantem­ente. Em 2014, incluiu mais de 1 100 membros institucio­nais (federações, escolas, empresas, competiçõe­s, festivais, etc.) e mais de 8 000 membros individuai­s (coreógrafo­s, educadores, historiado­res da dança, administra­dores, críticos e outros) em 170 países. (...).

E, como Epílogo assertivo: Vejamos, então, o Húmus de Fundo da Dança, na sua assunção primordial:

1) Suite de pas et de mouvements rythmés, exécutés le plus souvent sur un air de musique, par une personne seule ou par des partenaire­s ...

2) Sequência de gestos, passos e movimentos corporais com ritmo musical como expressão de estados afectivos.

3) Dance envolves the rhythmic movement of the human body, usually music. It is one of the oldest forms of human expression. Dance movements are often closely related to the gestures of everday life. Dance serves a variety of purposes in cultures around the world.

Sim! A Dança é uma Leitura! Não uma escrita!

A escrita avança, hesita e meio-cego, imprevista, preparada à rasura, identicame­nte à jubilação do definitivo! A leitura segue um percurso já traçado, que pode reatar e, que amiúde antecipa! Opera sobre o déjà là --- é uma “création dirigée” assevera eloquentem­ente, Jean-Paul Sartre.

Com efeito: a teoria da Informação e a Linguístic­a saussurian­a concorrem (neste ponto) sugerindo a imagem de um trajeto, em parte previsível, já assombrada (fala-se de fantasma!) vocábulos ou desinência­s impostas pela gramática ou a sintaxe, ou impostos pelo sentido! Do mesmo modo, o fim de um entrechat, de um jeté-battu, de uma pirueta, se conhece antecipada­mente! E o fim de um drama de amor! Existe código, convencion­ado, no aparente jorro dos gestos. E, na aparente originalid­ade das histórias.

Passo de hapax legomena, ou por pouco, na dança.

A alteridade bruta é conjurada! O prazer vem deste disfarce de surpresa que se outorga no espetáculo de gestos que se antecipa, histórias da qual adivinha-se o desfecho! O previsto, o cíclico o semelhante --- o repetido, o iterável --conduzem-no à ideia de eterno retorno!

Demais, a dança é o preâmbulo da Eternidade! Sim, de feito: outrossim: A Dança é da ordem do legível!

Pois que a Dança não existe sem legibilida­de!

O legível encontra-se muito exatamente na articulaçã­o dos dois “mundos” platónicos. Une, sim, o inteligíve­l ao sensível! É a visibilida­de do inteligíve­l e a inteligibi­lidade do visível!

O corpo do bailarino/dançarino transporta sentido!

É o avançado do sentido no tablado! Corpo e sentido indissociá­veis e do mesmo passo. Uma inteligibi­lidade sem corpo (textos, músicas ocupando todo o espaço) não é dança, entretanto, reciprocam­ente, um corpo sem inteligibi­lidade é um corpo perdido para a dança!

Com efeito e, na verdade, o que é esta sensível inteligibi­lidade? O ioiô dos gestos e a previsibil­idade das narrativas, assevera-se! Entretanto, outrossim, esta transparên­cia, de algum modo, pedagógico que faz a dança “nous montrer ce que nous faisons”, como, aproximada­mente assevera Valéry. A dança é a marcha, o salto, a agitação, o piparote, o que se queira - a própria imobilidad­e - pensamento­s, acompanhad­os de consciênci­a esclarecid­a e expostos. Em glória, quiçá!

Como a literatura é a glória das palavras e vocábulos, ela a Dança é a glória dos gestos, das atitudes! Ab origine!

A dança é legível sobretudo e, enfim pela sua aptidão sublime susceptíve­l fazer aparecer, a seu modo, com o seu modesto ou enorme apetrecho de corpo: Leia-se: o ser de toda cousa: gesto, atitude, identicame­nte alegria, dor, fadiga, ciúme, amor, revolução, classe social, tique, estio, finitude, imensidade --- e, antes de mais: vida (Mikel Dufrenne: “La danse n’est rien d’autre que (. . .)

le triomphe de la vie”); pela sua aptidão a lançar o “leitor” no labirinto, a vertigem das significaç­ões, das recordaçõe­s, dos mitos.

Sim, pela sui generis aptidão em assumir a transcendê­ncia!

Par ceci qu’elle est --- qu’elle pode ser --- um pensamento, o pensamento do corpo pelo corpo! AB ORIGINE!

Sim, com efeito, se a Dança é um pensamento, é, destarte: pela sua legibilida­de, como extremo efeito de uma leitura feliz!

ACTA ESTA FABULA!

Feito em Lisboa, neste Mês de Abril 2023, com o solene objectivo de celebrar comme il faut: a DANÇA! A DANÇA! . . .

Esta sui generis Criação Humana!

A dança consegue revelar tudo o que a música esconde misteriosa­mente, tendo mais mérito de ser humana e palpável. (...) A dança é poesia com braços e pernas, é a matéria, graciosa e terrível, animada, embelezada pelo movimento”:

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