“As moças de hoje não querem colar”
Ajornada dos tamboreiros e coladeiras nas festas de Bandeira de São Filipe, 1 de Maio, arranca normalmente no dia 27 de Abril. Ela começa entre o rufar dos tambores, os cânticos e o bailar à volta do pilão, matança dos animais, corrida de cavalos e outras manifestações.
Ninguém concebe esta tradição sem tamboreiros e coladeiras.
Este ano, Vladimiro Dias, chefe dos tamboreiros, apesar dos seus 86 anos, preparou um grupo de oito coladeiras e cinco tamboreiros que asseguraram a festa, salvando com isso a tradição. “Participamos de todos os eventos, desde o pilão, à matança dos animais, passando por corrida de cavalos, celebração religiosa, almoço na Casa das Bandeiras, corrida de argolinha na Praça Alto São Pedro, sempre animando o ambiente”.
Vladimiro conta que aprendeu a tocar com o mestre Nhô Tchitchite. Abraçou a arte de produzir e tocar tambor na infância e assegura que enquanto tiver vida e saúde fará parte das festas representando os que sucedem e abrindo caminho para novos sucessores. “Dediquei a minha vida à cultura e nunca me arrependo, pois toquei dentro e fora do país, e os tambores produzidos por mim estão espalhados pelo mundo afora”, diz.
Vontade e disponibilidade dos mais jovens
O tamboreiro conta também que a sua ideia é conti
Vladimiro Dias, Joaquina Dias e Nelson Dias são da mesma família, de gerações diferentes, tamboreiros e coladeiras, figuras indispensáveis na tradicional festa da Bandeira de São Filipe. A sua preocupação é a falta de interesse dos mais jovens, sobretudo as meninas, em dar continuação a esta tradição da ilha do Fogo.