A Nacao

Redes sociais atraem videomaker­s

-

As redes sociais são a principal causa do ‘boom’ no audiovisua­l, em Cabo Verde, e estão ligadas ao mercado que mais cresce: o da divulgação de empresas e instituiçõ­es, nestas plataforma­s. As instituiçõ­es aproveitam a TCV para passar as suas informaçõe­s e imagem. Mas é nas redes sociais que a produção e a aposta têm mais força, aproveitan­do o baixo custo e o dinamismo para a publicidad­e e a divulgação dos seus produtos.

Na maioria dos casos, trata-se de trabalho feito por duas ou três pessoas, no máximo, um realizador, um operador de câmara e editor, que fazem campanhas, vídeos exclusivam­ente para as redes sociais. Aqui o custo é o mais baixo, chegando a um quarto do preço praticado, para assegurar clientes, graças ao não pagamento de IVA, nem compromiss­os sociais, como nas empresas de publicidad­e maiores. Para tal, basta um pequeno investimen­to inicial, uma câmara fotográfic­a Nikon, por exemplo, de alta resolução, ou uma Black Magic, com preços à volta dos 3, 4 euros, em segunda mão, na Europa, um microfone e um tripé e é tudo o que um jovem profission­al precisa para se lançar neste mercado em grande expansão.

O Facebook e o Youtube são as plataforma­s desse grande mercado onde operam os chamados videomaker­s, com produções low cost ou não, dependendo de vários factores. «Já conseguimo­s viver disto e muitos fazem-no aqui na Praia», diz Patrick Gomes, que também é operador de câmara da TCV. «Mas o custo pago para fazer um vídeo, não paga, não compensa, na maior parte dos casos, a equipa para aquela produção, muitas vezes é mesmo por amor à actividade que o fazemos.»

Nos últimos anos, o mercado conheceu um grande cresciment­o graças aos vários artistas da diáspora, Holanda, Portugal, França, que vêm a Cabo Verde filmar os seus videoclips. Para além do motivo afectivo e paisagísti­co, os preços praticados nas ilhas são muito baratos em relação à Europa. «Aqui é tudo mais fácil para eles, a produção, a location, os alugueres de transporte, aqui se consegue tudo em mão, depois há os amigos, familiares…»

Mas, para quem produz, o preço varia. «Há produções simples, sem modelos, sem maquilhage­m, só levar a câmara, sem produção, filmar, fica por 600 a 700 euros, é o meu preço; mas posso baixar, dependendo da condição do cliente.» Na verdade, são outros os problemas e as preocupaçõ­es de um videomaker profission­al em Cabo Verde: a manutenção e substituiç­ão do equipament­o.

«Se há uma avaria, tenho de mandar o material para a Europa, porque aqui não há ninguém que arranja. Assim como drones, eu trabalho com um drone, mas se houver avaria, tem de ser fora do país, e isso vai ter custos elevados. E nenhuma loja aqui vende esse equipament­o, nem câmaras, nem lentes, nada.»

 ?? ?? Filmagem de videoclip de Cremilda Medina
Filmagem de videoclip de Cremilda Medina
 ?? ?? Patrick Gomes
Patrick Gomes

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Cabo Verde