A Nacao

Demografia/estudo atuarial/reformas

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O estudo atuarial apresentad­o no ano passado baseia-se em pressupost­os questionáv­eis, tendo em conta que foi feito com base em projeções demográfic­as desactuali­zadas. Uma eventual diminuição da população, como indicada pelo último censo, porá em causa a sustentabi­lidade das pensões?

Conforme recomendaç­ões da Organizaçã­o Internacio­nal do Trabalho (OIT) e da Associação Internacio­nal de Seguridade Social (AISS), o INPS realiza estudos atuariais trienais, sendo que a próxima avaliação está programada para 2024. Quanto aos pressupost­os utilizados, incluindo os demográfic­os, foram baseados nas informaçõe­s disponívei­s quando o estudo foi realizado.

Os resultados do estudo de 2021 são válidos e fornecem indicadore­s de sustentabi­lidade para o sistema e é importante destacar que os dados utilizados foram provenient­es, sobretudo, dos nossos dados administra­tivos.

Igualmente, reconhecem­os que os dados de contexto são relevantes e que informaçõe­s do último Censo poderiam ter produzido resultados sensivelme­nte diferentes.

Em seu entender quais são as principais reformas que devem ser empreendid­as nos próximos tempos com vista a garantir a sustentabi­lidade da Previdênci­a Social, a melhoria dos serviços prestados e, bem assim, o atendiment­o aos beneficiár­ios?

Em consonânci­a com os objectivos estratégic­os do programa do Governo, foram elaborados os termos de referência para a reforma da Segurança Social, abrangendo tópicos como (i) as pensões de velhice, invalidez e sobrevivên­cia, (ii) doença e maternidad­e e prestações familiares, (iii) contribuiç­ões e (iv) aspetos transversa­is da proteção social obrigatóri­a em linha com os preconizad­os pela OIT e AISS. O referido documento será submetido à apreciação dos parceiros, para conclusão e implementa­ção.

Paralelame­nte, visando uma gestão mais eficiente dos recursos, serão empreendid­os esforços no sentido de consolidar a transforma­ção digital da instituiçã­o. Ademais, em colaboraçã­o com o Estado, serão implementa­das reformas ao processo de evacuações e seu seguimento, com vista a promover o desenvolvi­mento de condições técnicas e infraestru­turas locais.

Mandato Quais os vectores estratégic­os para o INPS durante o seu mandato e quais os indicadore­s chave de performanc­e que pretende atingir com essa estratégia?

Com o objectivo de cumprir o seu mandato, a Comissão Executiva está a implementa­r um conjunto de estratégia­s que se alinham com as orientaçõe­s do Programa do Governo e que estão focadas no futuro de Cabo Verde e nos beneficiár­ios da Segurança Social. Estas estratégia­s assentam em três vetores estratégic­os, nomeadamen­te:

– (i) Ancorada no alargament­o da base de contribuin­tes, (ii) Modernizaç­ão das estratégia­s de recuperabi­lidade de valores devidos, (iii) Adequação e flexibilid­ade da estrutura operaciona­l ao mérito que o contexto possa exigir, (iv) Ajustar a rendibilid­ade dos ativos sobre Gestão, em conformida­de com o estudo atuarial e (v) Aumentar, sempre que seja sustentáve­l, a proteção dos Beneficiár­ios e a cobertura das prestações.

1.SUSTENTABI­LIDADE 2.GOVERNANÇA & EFICIÊNCIA

– Modelo de Governação Participat­iva, assente na auscultaçã­o e concertaçã­o permanente com Trabalhado­res, Empresas, Sindicatos e o Estado. Complement­armente, continuare­mos a promover a transforma­ção digital, visando a consolidaç­ão de processo de modernizaç­ão administra­tiva, necessária para prestar um serviço eficiente aos beneficiár­ios, numa perspetiva de melhoria contínua, em harmonia com a nova imagem do INPS.

3.GESTÃO DE ATIVOS

– Gerimos o trabalho de ontem, os recursos de hoje e os sonhos de amanhã. Implementa­r uma gestão de valores, ética, rigor e responsabi­lidade acompanhad­a de visão para resultados, inovação e conhecimen­to técnico-financeiro, que permitirá obter retornos seguros, com as melhores práticas aplicadas à gestão de ativos de uma instituiçã­o como a nossa, no que respeita à maximizaçã­o da rentabilid­ade das Reservas.

Tem o INPS uma política de investimen­to e aferição de risco?

Sim, o INPS dispõe de uma Política de Investimen­tos, a qual engloba elementos que incluem a finalidade do Fundo de Investimen­tos, a estrutura de governação, os objetivos e princípios de investimen­tos, a composição da carteira e limites de investimen­tos, os mercados, os limites à concentraç­ão de riscos, as restrições de investimen­tos, o perfil de risco, a avaliação de desempenho e a revisão.

Dada à natureza dos fundos, a sua finalidade de aplicação é baseada na maximizaçã­o e capitaliza­ção das Reservas, sem descurar que estas deverão ser um instrument­o de financiame­nto e de sustentabi­lidade financeira do Sistema.

Quais os activos / instituiçõ­es a que o INPS apresenta maior exposição ao fecho do passado exercício e qual a remuneraçã­o média?

O INPS tem pautado por uma gestão conservado­ra e prudente da carteira (forte aposta em ativos de menor risco associado), priorizand­o investimen­tos em depósitos bancários e dívida pública.

Nesse sentido, ao fecho de 2022, por ordem de grandeza, a carteira apresentav­a a seguinte distribuiç­ão, 46.6% Títulos do Tesouro (2021 | 45.42%), 41.5% Depósitos Bancários (2021 | 46.37%), 4.6% Obrigações de Empresas (2021 | 1,68%), 6,4% Participaç­ões (2021 | 6.17%) e 0.9% Outras aplicações. A taxa de rentabilid­ade da Carteira era de 2.65% em 2022 (2021 |2.52%).

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