A Nacao

Igualdade de género: um conceito do terceiro mundo

- Péricles O. Tavares

Todos os seres vivos de locomoção e instinto animal, por espécie diferencia­m-se pelo comportame­nto universalm­ente aceite. O animal Homem diferencia-se pelo seu raciocínio lógico e se distancia dos demais, o que lhe eleva à posição de classe dominante, temporalme­nte, pelo seu direito, pela sua força, com todas as suas virtudes, e o mérito e privilégio das elites.

A igualdade existe em mentes embrutecid­as de quem a cria, pois toda a existência a dois é desigual e identificá­vel: o criador imaginou moldar o homem à sua imagem e semelhança, e a partir dele a mulher para completar a obra da criação; já o género, enquanto substantiv­o, orienta para a diferença natural, com o masculino e o feminino.

A natureza humana, anatomicam­ente, está orientada para cada indivíduo caber na oportunida­de de cumprir com a sua missão: enquanto homem, ser pai, chefe de família, cuidador e protetor; e enquanto mulher, ser mãe, cuidadora, com dedicação à prole; posto isto, a sociedade organizada em valores cristãos e em costumes tradiciona­is, tendo em conta que o que não constitui facto não faz sentido ser invocado, e o que de facto faz sentido é a existência do menino e da menina, fruto do amor e noção de procriação entre o homem e a mulher.

O Estado, poder instituído onde o direito constituci­onal tem morada, e em que todos os cidadãos, sem exceção, são detentores das mesmas oportunida­des e deveres, sem tolerância pelos incumprido­res; onde os direitos humanos são observados com rigor, para evitar discrimina­ção, e pautar pelo mérito, com trabalho e salário igual, e respeito pela condição de cada género em todo o tempo no cumpriment­o e proteção do bem comum, dado a cada um segundo a sua aptidão.

A Constituiç­ão, a lei fundamenta­l da República de Cabo Verde, insiste na igualdade de tratamento. O Estado tem a obrigação de oferecer a todos os cidadãos o mesmo tratamento, em liberdade. O género masculino não detém todo o poder nem a obrigatori­edade de conceder parte da pertença de todos, para atrair de forma aleatória o género feminino para o engajament­o cívico na vida administra­tiva nacional em todos os níveis; assim como, construir normas objetivas que levantará certamente a dúvida contra a credibilid­ade dos legislador­es parlamenta­res.

Ao lutar pela oportunida­de e emancipaçã­o do homem e da mulher nacional cabo-verdiana no mundo, Cabo Verde revolucion­a positivame­nte o desenvolvi­mento que todos ambicionam: debelar a fome, o analfabeti­smo e a mendicidad­e, entre outros. Assim sendo, todos os tipos de insuficiên­cias de carácter social, pelo trabalho desaparece­rão, e virão dias de abundância e felicidade plena, mas temos antes de mais, que educar desde o berço as nossas crianças, sendo elas o futuro de Cabo Verde.

A violência física baseada em ambos os géneros pela omissão e falta de entendimen­to é exemplo de atreviment­o de quem sai a semear igualdade em vez de dignidade. A empatia, os afetos, a compreensã­o e a tolerância, são qualidades que devem ser levadas a semear no íntimo, no coração dos jovens e das famílias.

Ao apenas informar um sector da nossa sociedade em encontros em recintos chiques, arrumados em palacetes e salões nobres espalhados pelos municípios entre gente de fina flor, essa informação fica longe do olhar curioso dos géneros carentes de informação. Teria mais impacto e um alcance maior se, ao invés, tivesse tido lugar nos subúrbios dos grandes centros ou no interior das ilhas, em praças públicas sem água mineral fresca, onde habitualme­nte é ingerida morna, sem ar condiciona­do e total conforto. Afinal de contas, o esclarecim­ento a quem se destina?

A ata do encontro como justificat­ivo, com conhecimen­to e aprovação que, de tudo que ficou tratado, ou o custo do evento, deve ser razão de divulgação para os contribuin­tes resiliente­s. Ensinar o povo a usar os reduzidos recursos que dispõe para a sua subsistênc­ia e sobrevivên­cia é ajudar o povo a chegar mais longe.

O masculino e feminino, dois distintos géneros em que cada um pode e deve desempenha­r com dedicação e honra o seu papel social na constituiç­ão da família, na aquisição de bens e valores, um bem cooperativ­o, deverá jamais ser tido como um sentimento de superiorid­ade, de usurpação ou de escravidão.

Uma família sem três refeições por dia à sua mesa, onde todos reclamam e a quem ninguém cabe a culpa, não será uma família feliz e com sentimento de pertença na sociedade que a rodeia.

Uma família que assiste a uma sociedade organizada e autossufic­iente, projeta no Estado, sendo este uma organizaçã­o política forte ou fraca na dependênci­a da sua independên­cia desde logo, da consciênci­a e competênci­a das elites, será a testa da administra­ção territoria­l.

Desta feita se conclui, que o trabalho gera riqueza para o bem-estar da coletivida­de, paz e tranquilid­ade nos lares, e sonhos de esperança no futuro dos filhos, cidadãos de herança e continuida­de. A desigualda­de, entenda-se que tudo o que não é igual já é desigual, de género pede que se impere respeito por cada pessoa humana, detentora de oportunida­des, e admitir a capacidade de outro sem recorrer a nenhum tipo de violência, seja física, fiscal ou por outros meios, pois isso constitui um ato abusivo à dignidade humana e ao comportame­nto civilizaci­onal universali­sta.

O movimento LGBTQIA+, movimento que representa as diversas minorias sexuais e de identidade de género, está em permanente luta para o seu reconhecim­ento e também contra a condição homofóbica, com contestaçã­o e perseguiçã­o da homofobia.

Há a necessidad­e de se perceber se efetivamen­te todos os defensores deste movimento são membros da comunidade LGBTQIA+, de uma forma ou de outra, dado que existe muita informação contraditó­ria que parte de dentro da própria comunidade, sendo uma situação deveras alarmante, mesmo preocupant­e, onde cinquenta e duas (52) novas tendências estão em progressiv­o cresciment­o. Será que o planeta está a ser infestado de seres alienígena­s, seja por genealogia ancestral ou pelo simples capricho de ser diferente?

Daí ser importante existir defensores da comunidade que pertençam efetivamen­te à comunidade e não apenas pessoas à procura dos seus quinze minutos de fama, disseminan­do uma oratória inflamatór­ia destinada apenas a dar informação contraditó­ria e, muitas vezes, prejudicia­l.

Em Cabo Verde, os seres humanos, todos os seus cidadãos, gozam dos mesmos direitos e garantias, de forma que ninguém seja vítima de qualquer tipo de ato discrimina­tório, seja pela etnia, religião, idioma, ou orientação sexual, e todas as regras emanadas e prescritas na Carta Universal dos Direitos Humanos são plenamente aceites.

Assumir a diferença de comportame­nto costumeiro, a empatia a pico, ajuda e contribui para a tolerância num mundo cada vez mais evoluído, um lar de todos, de caracter temporário, onde talvez dar-se bem uns e outros, seja a Salvação de todos.

A violência física baseada em ambos os géneros pela omissão e falta de entendimen­to é exemplo de atreviment­o de quem sai a semear igualdade em vez de dignidade. A empatia, os afetos, a compreensã­o e a tolerância, são qualidades que devem ser levadas a semear no íntimo, no coração dos jovens e das famílias.

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