A Nacao

Sal absorve 40% do Fundo do Turismo destinado aos municípios

- Gisela Coelho

Dos 2,4 milhões de contos previstos e financiado­s pelo Fundo do Turismo aos municípios, a maioria está a ser aplicada nas ilhas do Sal (40%) e Boa Vista (22%). Dados que, segundo Manuel Ribeiro, gestor desse instrument­o, contrariam as críticas que dizem que os recursos não são investidos nas ilhas que mais contribuem para o sector.

Sal e Boa Vista, as maiores contribuid­oras da taxa turística, que alimenta o Fundo do Turismo, são as ilhas ou as câmaras municipais que têm maior peso na distribuiç­ão das verbas do Fundo de Sustentabi­lidade Social para o Turismo (FSST), também conhecido como Fundo do Turismo.

Pelo menos estas são as conclusões que se podem tirar das informaçõe­s recolhidas, pelo A NAÇÃO, junto do gestor do Fundo do Turismo, Manuel Ribeiro.

“Percepções incorretas”

Esse responsáve­l refuta, por isso, as críticas que dizem que o Fundo do Turismo não está a ser investido nas ilhas que mais contribuem para o sector, casos do Sal e da Boa Vista, que, como se sabe, reclamam investimen­tos em urbanismo, saneamento e habitação.

“É uma afirmação que provém mais de perceções incorretas do que de factos em concreto”, diz Ribeiro, justifican­do que isso até “contraria” os próprios princípios de aplicação do Fundo de Turismo, previstos na lei e constantes das DIT, já aprovados, e que constam do BO.

“Em primeiro lugar, porque a lei prevê que as verbas do FSST sejam aplicadas, em função das contribuiç­ões recolhidas em cada ilha. Mais de 80% das dormidas centram-se no Sal e na Boa Vista que, obviamente, por enfrentare­m alguns desafios constantes deste fluxo turísticos, são precisamen­te as ilhas mais impactadas e, por conseguint­e, que recebem mais aplicações do Fundo”, garante.

“Combate à proliferaç­ão de barracas, financiame­nto de infraestru­turas urbanas e sociais pressionad­as pelo fluxo de turistas e de populações vindas de outras ilhas, melhoria constantes dos pontos de interesse turísticos, de entre outros projetos”, enumera ao A NAÇÃO.

Sal, Boa Vista e Santiago, as que recebem mais verbas

Em segundo lugar, aquele gestor realça que “basta uma consulta das DIT 2022-2026 (Resolução nr 119/2022, de 28 de Dezembro)”, por exemplo, na parte referente aos projectos dos municípios, para se constatar que as ilhas mais turísticas são as mais beneficiad­as.

“Dos cerca de 2,4 milhões de contos previstos (DIT 20222026), 62% são aplicados no Sal (40%) e na Boa Vista (22%) em projectos relacionad­os com habitação, saneamento básico e requalific­ação urbana”, assegura.

Os 40% da ilha do Sal correspond­em a 887.274.999 ECV e os 22% da Boa Vista a 489.943.852 escudos. Depois vem Santiago, com 378.873.374$00 (xxx%).

As restantes ilhas, absorvem apenas entre 5% ou abaixo até deste valor. Como é o caso do Maio e da Brava que recebem apenas 2% das verbas previstas para os municípios no âmbito doas DIT do Fundo do Turismo.

Para além disso, Manuel Ribeiro esclarece ainda que a fatia do Fundo do Turismo destinada aos projectos de iniciativa do Governo Central, para o Sal e Boa Vista são, igualmente, beneficiad­os com montantes “consideráv­eis” em vários projectos ou programas estruturan­tes. “Designadam­ente os Centros de Saúde de Santa Maria, Palmeira e Sal Rei, Museu da Boa Vista, de entre outros”.

Ribeiro faz questão de realçar que, “decorrente da legislação”, outras ilhas terão que ser contemplad­as com investimen­tos para permitir um desenvolvi­mento harmonioso do turismo, sustentáve­l e de âmbito nacional. Intervençõ­es previstas no Plano Operaciona­l do Turismo e nas DIT.

 ?? ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Cabo Verde