Entrada da VFS Global era para ser uma “lufada de ar fresco”
O novo sistema de atribuição de visto, através da VFS Global, em vigor desde Agosto passado, quando foi anunciado, em Julho, pareceu ser um passo para a implementação do tão falado acordo de mobilidade da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).
“A VFS Global dará apoio aos requerentes na instrução dos seus pedidos de visto, na organização da documentação e no recebimento dos mesmos, deixando os requerentes de ter que se dirigir à embaixada para esse efeito”, explicou, então, uma fonte consular portuguesa à agência Lusa.
A mesma fonte ressalvou, porém, que a VFS Global seria apenas para o agendamento online de vistos para Portugal (excepto visto de turismo), cabendo a essa empresa a “gestão e disponibilização regular de vagas” para esse efeito, com o custo destes serviços suportados pelos requerentes.
As reclamações, porém, não tardaram a surgir. Em Dezembro, era possível verificar que as críticas ao consulado português persistiam, mostrando os requerentes claramente que preferem as bichas de madrugada à porta da Embaixada ou do Centro Comum de Vistos do que “as injúrias” no site da VFS Global “sem garantia de agendamento”.
Com a denúncia de açambarcamento, as autoridades portuguesas garantiram, em Abril passado, que estavam a trabalhar em soluções técnicas do ponto de vista informático para acabar com o que consideraram “prática abusiva”. Até hoje, porém, nenhuma melhoria foi registada, conforme se depreende da entrevista do embaixador Paulo Lourenço à TCV (ver página xxx).
De salientar que para vistos de curta duração os interessados devem agendar no site do E-Visa, do Centro Comum de Vistos. Já para os pedidos de vistos de longa duração (superior a 90 dias) os agendamentos devem ser feitos online via VFS Global. No entanto as reclamações quanto à morosidade do processo envolvem as duas vias.