Compreende a frustração dos cabo-verdianos
No quadro desta reportagem, A NAÇÃO contactou a missão diplomática portuguesa na Praia para uma entrevista com o embaixador Paulo Lourenço sobre a questão dos vistos consulares. Mas fomos informados que, por motivos de agenda, o mesmo não estaria disponível até à saída desta edição.
Entretanto, por coincidência, Paulo Lourenço foi o entrevistado do programa de entrevistas Ponto por Ponto, da TCV, emitido na noite de terça-feira, 30, onde a questão dos vistos foi tema central.
Lourenço garantiu que a cada 15 dias, o Centro Comum de Vistos liberta 500 vagas para o agendamento, o que corresponde a mil vagas por mês. “São 500 vagas e com esta periodicidade, porque é o número máximo que conseguem fazer em relação à sua capacidade de processar”, disse.
Sem medidas de controlo
Sobre os problemas de agendamento em si, o entrevistado da TCV praticamente admitiu que a embaixada pouco ou nada pode fazer.
“O facto é que ainda não temos uma bala de prata para resolver o problema do açambarcamento porque ele é exterior aos serviços consulares. Tem a ver com utilização de expedientes no acesso a um serviço online”, sublinhando, todavia, que “não estamos de mãos atadas nem certamente de braços cruzados” diante do problema.
Ciente das “frustrações” dos cabo-verdianos
Com os problemas criados, aos cidadãos e às empresas, o entrevistado de Ponto por Ponto diz reconhecer a frustração dos cabo-verdianos, neste momento, em relação ao sistema de obtenção de vistos.
“Por isso é que priorizo este assunto com alguma dimensão de risco, porque eu não consigo garantir quando é que vamos melhorar, embora não tenho dúvidas que vamos melhorar”.
Sobre os “visa” concedidos, revelou que desde 2010 o Centro Comum de Vistos deu entre 140 e 150 mil vistos. No anoa passado, em 2022 forma emitidos 11.400 vistos de curta duração.