Vítima de violência obstétrica acusa HBS de contaminar filha com sepse neonatal
Uma alegada vítima de violência obstétrica do Hospital Baptista de Sousa procurou o A NAÇÃO para denunciar uma contaminação da filha por sepse neonatal tardia ocorrida há dois anos. Em consequência dessa alegada infecção, a criança vive com complicações de saúde, principalmente respiratórios.
A mãe que, por enquanto, prefere o anonimato, já tinha denunciado a violência sofrida no parto a este semanário (A NAÇÃO nº 771, de 09 de Junho de 2022), mas em virtude dos últimos acontecimentos sentiu-se obrigada a também procurar esclarecimentos. A ser verdade, isso prova que o problema da higienização do “Baptista de Sousa”, e quiçá de outros serviços de saúde, não é de hoje.
Seguimento de protocolos
Para essa alegada vítima, o hospital de São Vicente não tem seguido como deve ser os protocolos durante os partos. No seu caso detalha que passou cerca de 28 horas com a bolsa rompida, quando o protocolo estipula que não havendo dilatação e a bolsa encontra-se rompida, os profissionais de saúde devem preparar a mãe para cesariana.
“O hospital tem evitado, a todo o custo, as cesarianas e os bebés têm ficado muito tempo na barriga com a bolsa rompida, expostos a contaminação externa. Aconteceu comigo. A minha filha ficou internada por uma semana com sepse neonatal tardia e hoje vive com sequelas”, conta.
“Sociedade precisa de esclarecimentos”
A nossa fonte acredita que os profissionais de saúde, nomeadamente no “Baptista de Sousa”, se têm protegido uns aos outros, porque, no seu caso, notou uma tentativa de esconder o diagnóstico ao não se registar a patologia no caderno de saúde do bebé e nem os resultados das análises entregues à mãe, além de vários outros erros.
Esta mãe quer que o hospital esclareça todas as acusações que têm sido alvo há vários anos e que mostre dados dos nascimentos, das mortes e da percentagem de recém-nascidos com sepse neonatal e outras complicações de saúde, para esclarecimentos à sociedade.