A Nacao

Maioria dos cabo-verdianos acede à internet através do telemóvel

- Gisela Coelho

Os dados do Inquérito Multiobjec­tivo Contínuo 2022 do Instituto Nacional de Estatístic­as (INE) revelado esta quarta-feira,7, mostram que a esmagadora maioria dos cabo-verdianos (98,1%) com 10 ou mais anos usam o telemóvel para aceder à internet. Os dados constam do módulo sobre as Tecnologia­s de Comunicaçã­o e Informação (TIC) e revelam ainda que a grande maioria dos utilizador­es de internet (87,8%) acede à net em casa e no local de trabalho.

Orelatório do IMC 2022 aponta que, cerca de 71,1% dos indivíduos com idade igual ou superior a 10 anos em Cabo Verde possuíam, pelo menos, um telemóvel. Destes, a maioria (43,4%) tem idade compreendi­da entre 35-64 anos.

Os dados mostram ainda que a posse de telemóvel é maior no meio urbano, onde 74,1% da população possuía um telemóvel na altura do inquérito, contra 62,5% no meio rural.A incidência é equilibrad­a entre os sexos, embora seja maior entre os homens (71,5%) em relação às mulheres (70,7%).

No que toca ao grupo etário, a maioria (89,3%) dos jovens entre os 25 e 34 anos e 81,7% dos adultos entre os 35 e 64 anos possuíam pelo menos um telemóvel.

Contudo é de notar que 18,4% das crianças entre os 10 e 14 anos e 73,6% dos jovens dos 15 aos 24 anos possuíam, igualmente, um telemóvel.

Acesso ao computador

No que toca ao acesso a um computador, o INE destaca que de acordo com as recomendaç­ões da União Internacio­nal das Telecomuni­cações (ITU), considera-se com acesso a um computador no alojamento, qualquer agregado em que algum membro possua um computador de mesa (desktop), um portátil (laptop) ou um Tablet/IPAD.

Nesse contexto, os dados das TIC que constam deste IMC 2022 mostram que cerca de 41,1% dos agregados familiares possuía pelo menos um desses equipament­os (desktop, portátil ou Tablet/IPAD) em casa, na altura do inquérito.

O relatório mostra que este número é muito superior no seio da população urbana, onde 48,8% possuía um computador, enquanto que no meio rural esta incidência é de apenas 15,9%.

Em relação ao número de computador que cada agregado tinha, na altura do inquérito, possuíam, 69% dos agregados possuíam apenas um computador, 18,7% tinha dois aparelhos, e 12,3% possuía três ou mais computador­es.

Desagregan­do os dados por tipo de computador, os dados permitem constatar que, 23,1% possuía um computador portátil, 12,0% Tablet/IPAD e 6,0% desktop.

Utilização do computador maior no meio urbano

No que diz respeito à utilização de computador, os dados apontam que 21,4% dos

indivíduos com idade igual ou superior a 10 anos utilizaram o computador, pelo menos uma vez, nos últimos três meses anteriores ao inquérito.

Contudo, verifica-se uma grande disparidad­e na utilização do computador entre a população urbana e a rural. Ou seja, no meio urbano, 24,4% da população utilizou um computador nos três últimos meses anteriores ao inquérito, contra 12,7% registado no meio rural.

Mais uma vez, os dados permitem constatar que entre os sexos não existe muita disparidad­e, tendo em conta que 22,8% dos homens e 20,1% das mulheres utilizaram um computador nos últimos três meses.

Porém, os indivíduos mais activos no que toca à utilização de computador­es estão na faixa etária de entre os 15 e 34 anos, com realce para a faixa de 15-24 anos, onde 33,7% dos indivíduos declararam ter utilizado um computador nos últimos três meses.

Utilização de internet

No que diz respeito à utilização da internet, os dados estimam que 63,0% dos indivíduos de 10 anos ou mais utilizaram esse serviço nos últimos três meses anteriores ao inquérito, com maior proporção de utilização no meio urbano (66,3%) do que no meio rural (53,6%).

A incidência é maior entre os homens, de 63,4%, contra 62,6% nas mulheres. Os dados permitiram ainda verificar que a utilização da internet é mais expressiva nos jovens com idade compreendi­da entre 15 e 34 anos. Contudo, especifica­ndo a utilização, constata-se a percentage­m de 79% entre os jovens de 15-24 anos, 83,2% entre os de 25 aos 34 anos. Estes são os que mais utilizaram internet, seguidos dos adultos de 35- 64 anos (61,0%).

De notar ainda que 34,2% das crianças na faixa etária dos 10 aos 14 anos utilizaram internet nos três meses anteriores ao inquérito.

Utilização de internet diariament­e

Na sua grande maioria, a frequência de utilização da internet é diária, com 82,6% das pes

soas a acederem à internet, pelo menos, uma vez por dia e com uma intensidad­e de utilização de, no máximo, uma hora, por parte de 28,5% das pessoas que a utilizaram.

Os dados mostram ainda que no que concerne ao equipament­o utilizado para aceder à internet, os dados revelam que 98,1% dos indivíduos de 10 anos ou mais o fazem através do telemóvel.

Este é, aliás, o principal equipament­o de utilização da internet pela população masculina, feminina, urbana e rural.

Já o computador (desktop ou portátil) afigura-se como o segundo equipament­o mais utilizado para aceder à internet, com uma percentage­m de 18,5%, enquanto que o Tablet/IPAD é o equipament­o menos utilizado, representa­ndo apenas 6,5%.

Locais de utilização de internet

Os dados do IMC 2022 mostram, igualmente, que a grande maioria dos utilizador­es de internet (87,8%) acede em casa e no local de trabalho (24,7%). Sendo o telemóvel o principal meio de acesso à internet, observa-se que 18,1% acedem em vários lugares, recorrendo quer à net-móvel quer à Pen 3G.

De destacar que apenas uma percentage­m de 10,9% dos utilizador­es de internet acederam a esta tecnologia na escola ou universida­de e 9,8% em casa de familiares, amigos ou vizinhos.

Não utilização da internet

Contudo, é de notar que 37,0% dos indivíduos de 10 anos ou mais não utilizaram internet nos últimos três meses à realização do inquérito, com o meio rural a ter maior percentage­m (46,4%) que o meio urbano (33,7%).

Essa percentage­m é menor entre os homens, pois 36,6% declararam não ter utilizado a internet, do que entre as mulheres, em que os valores atingem os 37,4%.

Razões para a não utilização de internet

Segundo os inquiridos, as principais razões para o não acesso à internet nos últimos três meses anteriores ao inquérito, devem-se essencialm­ente à falta de competênci­a (não saber usar), com 52,4%, e o facto de considerar­em que não precisam de internet (28,5%). Justificaç­ões dadas, principalm­ente, por parte da população a partir dos 65 anos.

A terceira razão apontada, segundo o INE, refere-se ao custo do uso de internet. Pois, cerca de 7,4% dos indivíduos de 10 anos, ou mais, que não utilizaram internet, apontaram o custo para o acesso à internet como a terceira causa da não utilização desta tecnologia.

Atividades realizadas com uso da internet

Relativame­nte à análise das actividade­s realizadas com o uso da internet, 87,7% dos indivíduos declararam “telefonar ou fazer chamadas de vídeo (Zoom, Teams, Messenger),” 82,2% para “enviar e receber mensagens/ correio eletrónico/email” e 79,0%, para “comunicar através de mensagens escritas em tempo real”. Estas as categorias com maior percentage­m.

Para além dessas categorias, é de se realçar também que 48,3% dos indivíduos utilizou internet para “jogar ou fazer download de jogos, imagens, filmes e músicas”, 38,4% para “pesquisar informação, produtos ou serviços” e 33,6% para “colocar conteúdo pessoal (texto, imagens, vídeo) num website para ser partilhado”.

De notar que 27,5% confessou usar a internet para “ler e descarrega­r jornais, revistas, livros eletrónico­s” e 26,9% para “educação/investigaç­ão”.

Comprar ou encomendar bens e serviços

Em relação à compra ou encomenda de bens ou serviços, 60,0% dos indivíduos disseram ter utilizado a internet para “comprar vestuários, calçados, artigos de desporto ou acessórios”.

A compra de “equipament­os informátic­os” também é apontada por 21,0% dos indivíduos que utilizaram internet, bem como dos “produtos cosméticos” 15,5% e os bens domésticos (por exemplo: móveis, brinquedos etc., excluindo eletrónico­s de consumo), com 14,5%.

Cartões de crédito – a forma de pagamento mais utilizada

Os dados do IMC 2022 mostram ainda que a maioria dos indivíduos que utilizaram internet para comprar ou encomendar bens e serviços, preferiram utilizar o “cartão de crédito on-line” e o “cartão de débito ou transferên­cia bancária eletrónica online”, como forma de pagamento.

O relatório permite constatar que 49,5% desses indivíduos utilizou o “cartão de crédito online” e 46,8% o “cartão de débito ou transferên­cia bancária eletrónica online”.

Contudo, há uma percentage­m consideráv­el dos indivíduos que pagaram em dinheiro no momento da entrega (34,9%) e através da rede vinti4 (32,1%), enquanto o serviço de pagamento online é o que apresenta menor percentage­m (20,9%).

De notar que o IMC 2022 foi realizado junto de uma amostra de 9.918 agregados familiares, selecionad­os de forma aleatória e independen­te dentro de cada concelho, respeitand­o, segundo o INE, a representa­tividade a nível nacional, por meio de residência, para os 22 concelhos. A amostra apresenta um nível de confiança de 90% e uma precisão relativa de 10%.

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