A Nacao

Esclarecim­ento da direcção cessante do Hospital Baptista de Sousa*

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Após o esclarecim­ento público sobre a sua destituiçã­o, os membros cessantes do Conselho de Administra­ção (CA) do HBS, vem aqui em jeito de balanço trazer a conhecimen­to público um resumo do trabalho desenvolvi­do.

Pois, como falar de melhor eficiência, como se refere no despacho que dá por finda a comissão de serviço dos membros do CA ora demitido, se este CA foi um dos que mais produziu e mostrou trabalho feito? Para se ver que não é retórica, passamos a enumerar:

A tomada de posse foi em julho de 2016, e a primeira preocupaçã­o foi a de elaborar uma lista de problemas e prioridade­s a seguir. Centramos o nosso pensamento nos doentes, e nos progressos organizaci­onais e tecnológic­os cujos exemplos estão espalhados por todo o mundo.

As principais ferramenta­s foram trabalhada­s e implementa­das durante o mandato deste CA:

O master-plan do hospital, o primeiro plano diretório do hospital;

O Regulament­o interno do hospital;

A bancarizaç­ão do sistema, aumentando a transparên­cia financeira do hospital, com controlo direto do Ministério das Finanças;

A informatiz­ação da gestão integrada do doente - os conteúdos foram criados por este CA.

Para aumentar acesso a saúde, de forma justa, equitativa e sem descurar dos principais objetivos de uma unidade hospitalar como o HBS:

Fez-se a restrutura­ção de toda a central de consultas centraliza­m todas as marcações de consultas, exames e terapêutic­as marcações da atenção primária de toda a Região de Barlavento e dos Privados de forma eletrónica, sem necessidad­e de deslocação dos utentes;

introdução da triagem dos pedidos - único no país criação do agendament­o online das consultas e exames instalação do programa informátic­o de gestão do doente consulta aos funcionári­os: clínica geral, da ginecologi­a, da psicologia e da urologia;

a restauraçã­o do banco de urgências de adulto com a criação de:

uma sala de triagem, sala de emergência e cuidados intensivos.

uma sala de espera capaz de albergar os familiares em espera com conforto;

escalas de especialis­tas em presença física 24h para as 2 urgências Aposta nas doenças cardiovasc­ulares com aquisição de equipament­os como o Holter, MAPA, prova de esforço, colocação de pace-makers e programado­r de pace-makers

Introdução das cirurgias laparoscóp­icas, cirurgias minimament­e invasivas Cirurgias de osteossínt­ese e contrato de fornecimen­to de materiais com a Emprofac anteriorme­nte os doentes eram evacuados para Portugal;

A nível da infraestrt­ura e equipament­os:

De um único elevador, deficiente, problemáti­co, passamos a 3 elevadores novos com manutenção garantida.

Instarão de novo quadro eléctrico novo gerador - acabando com os “apagões” no hospital nos cortes de luz iluminação do parque de automóveis aumentando a segurança;

- O bloco ambulatori­al foi, também ele, completame­nte planificad­o por este CA cessante, onde atém de consultas externas, teremos hospitais dia de oncologia e de doenças crónicas;

O bloco materno-infantil, projeto já elaborado com o financiame­nto da cooperação chinesa; a sua construção será levada a cabo por empresa chinesa;

O Centro de Hemodiális­e - inaugurado durante o 2º mandato; algo impensável há alguns anos; nova lavandaria hospitalar; construção da unidade de endoscopia digestiva e respiratór­ia e aquisição de aparelhos;

criação de uma nova Unidade intensiva durante a pandemia da covid19, equipada: neste momento dividida em cuidados intensivos e,

serviço de cuidados intermédio­s de Cardiologi­a; criação de uma sala de intesivos na pediatria;

criação da unidade de cuidados intensivos neonatais com neonatolog­istas presentes 24h, para assistênci­a na unidade, nos partos normais e nas cesarianas; parto humanizado e banco de leite humano; sala de isolamento no serviço de medicina, permitindo isolar doentes especiais/infetados ou imunodepri­midos;

restauraçõ­es no laboratóri­o na sala de análises laboratori­ais, de microbiolo­gia, e do laboratóri­o de anatomia patológica.

construção de nova farmácia hospitalar e farmácia satélite no bloco operatório;

- vários equipament­os clínicos conseguido­s com os parceiros do HBS, de que se destacam e se agradece, a Copa, SA, a Bento SA, a Moave SA, a ENACOL; a, ENAPOR, a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos últimos dias, a Sociedade Cabo-verdiana de Tabacos e organizaçõ­es internacio­nais como a HELP, FhF EV e a associação americana de médicos cabo-verdianos.

E não se incluem outros porque por mais exaustivos que possamos ser algumas realizaçõe­s seriam esquecidas. Porque são muitos os ganhos clínicos em termos de protocolo, de vigilância ou de uso de antibiótic­os.

Alguns projetos ficaram por concretiza­r, como a central de oxigénio, as obras de melhoria das enfermaria­s, a expansão do bloco operatório e a sua climatizaç­ão, o programa informátic­o do laboratóri­o. Tivéssemos chegado ao fim do terceiro mandato e se todos não fossem concluídos, segurament­e que alguns o seriam. Na pandemia da Covid19: Fomos a administra­ção que enfrentou e modificou todo o hospital para minimizar a pandemia da covid19.

Foram dois anos em que nenhum dos membros pensou, sequer, em gozar férias, e em que a diretora e o diretor clínico incorporar­am as urgências para ajudar os colegas;

fomos o primeiro hospital a apresentar um plano de contingênc­ia estruturad­o e a produzir vários documentos que serviram para todas as estruturas do país.

fizemos um trabalho articulado com a DSSV, exemplar para todo o país E só não foi possível fazer mais porque muita coisa não depende de nós: a contrataçã­o de técnicos superiores, o ajuste do orçamento para a saúde. Mau grado toda a problemáti­ca do Covid19, da entrada em funcioname­nto do centro de hemodiális­e que é custosa e a guerra na Europa, conseguimo­s aguentar.

Enfrentamo­s uma grande redução de recursos humanos (reformas, baixas médicas prolongada­s, saídas para o privado) prejudican­do em muito a prestação hospitalar. Facto conhecido pela tutela, pelos vários e-mails, telefonema­s do HBS e planos de recursos humanos elaborado pelo HBS.

A comunicaçã­o com a tutela foi fraca, levando a situações de crise com os enfermeiro­s, técnicos e apoios operaciona­is contratado­s pelo MS.

Mas convém aqui dizer, que trabalhamo­s estes quase sete anos, com dedicação, tentando centrar as nossas acções nos interesses dos doentes e saímos de consciênci­a tranquila, prontos para seguir cuidando dos doentes nas nossas áreas de especialid­ade.

E agradecemo­s profundame­nte aos funcionári­os do hospital Dr. Baptista de Sousa que estiveram connosco nessa caminhada, consciente­s de que o hospital é de todos nós e que cada um tem um contributo a dar para o bem do doente.

Agradecemo­s ainda ao Sr. ex-ministro dr. Arlindo do Rosário pela aposta e o apoio.

* Ana Brito e Paulo Almeida

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