Laboratório de Arte e Design auxilia produção de artefatos de São João
Em funcionamento há três anos, o Laboratório Experimental de Arte e Design (LEAD) do Porto Novo tem sido uma mais-valia na produção de artefatos de São João e na profissionalização do artesanato no município. Segundo Nilson Santos, vereador dessa autarquia de Santo Antão, muitos artesãos já conseguem viver da sua arte.
Inaugurado em Julho de 2020, o Laboratório Experimental de Arte e Design tem sido um ponto de referência do artesanato no Porto Novo. Tanto é que, no que concerne às festividades de São João, festa maior do município, o LEAD tem se revelado num centro de salvaguarda da tradição.
Desde o seu funcionamento, tem apostado na produção de tambores e navios de São João pelos artesãos locais e também na partilha de técnicas através de workshops. Foi assim recentemente, através do ensino não só da produção destes instrumentos, mas também do toca-tambor.
Produção comunitária
Massificar a produção de artefatos da festa património imaterial cultural de Cabo Verde está assente no plano de salvaguarda da festa, estando o LEAD a apostar na transmissão de conhecimentos para a geração mais nova.
Nilson Santos, vereador da cultura do Porto Novo, avança que o próximo passo é partir para a produção comunitária. A ideia, segundo diz, é cada grupo que participa nos desfiles de São João ter um espaço comunitário para a produção dos próprios artefatos.
“A ideia é futuramente ajudá-los a construir um atelier comunitário para a produção no ano todo e servir como espaço de exposição. Assim, toda a comunidade se envolve nos preparativos da festa”, projeta.
Profissionalização
Os artesãos no Porto Novo estão cada vez mais capacitados e profissionalizados com a atribuição de carteiras e kits profissionais e têm contribuído para dinamizar a arte no município não só no São João, mas o ano todo. Nilson Santos diz que muitos desses profissionais já vivem da sua arte, o que não era possível há alguns anos.
“O LEAD tem dado um suporte muito importante no processo de formalização da carreira do artesão e ajudado a fazer a ponte com o CNAD. Os artesãos têm conseguido ser profissionais e viver da arte. Se formos comparar com anos atrás estamos melhores. Tínhamos pouquíssimos profissionais que conseguiam viver da arte, agora temos mais artistas”, avança ao A NAÇÃO.