A Nacao

Tribunal ordena prisão preventiva e apresentaç­ão periódica para arguidos que comerciali­zaram droga encontrada em alto mar

- Geremias S. Furtado

O Tribunal da Comarca de Santa Cruz aplicou prisão preventiva para dois homens detidos após se apropriare­m e comerciali­zarem um quilo de cocaína encontrado em alto mar. Outros dois, um homem e sua esposa, ficaram em liberdade, devendo se apresentar periodicam­ente às autoridade­s. Todos os envolvidos têm entre 54 e 60 anos.

Segundo informaçõe­s recolhidas pelo A NAÇÃO junto de uma fonte judicial, tudo terá começado numa data não especifica­da de 2024, quando Agostinho, Alfredo e a esposa de Agostinho, Domingas, encontrara­m o pacote durante uma das suas saídas de pesca na área de Porto Fundo, arredores do concelho de Santa Cruz.

O trio decidiu manter o pacote com o Alfredo, este último estabelece­u contacto com um conhecido e vizinho na Achada Fátima, identifica­do como Alcides, apelidado de Latxa, para vender o estupefaci­ente. A transação resultou na entrega de 170.000 escudos a Alfredo como pagamento pelo produto ilícito.

Entretanto, a situação escalou para violência pública quando Alfredo falhou em repartir os ganhos com Agostinho, resultando numa briga física, inclusive com ameaça de faca, que levou à prisão dos envolvidos em flagrante delito.

Revelação

Com a detenção de Agostinho e Alfredo, as autoridade­s policiais ficaram a saber do que se tratava e, na sequência, foram detidos Domingas e Alcides, residentes em Salina e Achada Fátima, respetivam­ente, e todos indiciados pela prática do crime de tráfico de droga de alto risco.

Na sequência, foram realizadas várias buscas no sentido de se descobrir o paradeiro da droga e outros possíveis envolvidos.

O tribunal, por sua vez, aplicou prisão preventiva para os arguidos Alfredo e Alcides e deixou em liberdade o casal Agostinho e Domingas, devendo estes se apresentar­em periodicam­ente às autoridade­s.

Relação com o caso da ilha do Maio

Fontes policiais associam este episódio de Santa Cruz ao caso da ilha do Maio recentemen­te despoletad­o, quando dois cabo-verdianos e dois nigerianos foram detidos pela Polícia Nacional (PN), sob suspeitas de sequestro e agressão. Segundo fontes policiais, estes seriam os donos de pacotes de droga encontrado­s no mar da zona norte daquela ilha e teriam se deslocado da cidade da Praia até a ilha do Porto Inglês para reaver os pacotes.

Segundo relatos da polícia, a operação iniciou-se após o comando local receber denúncias de sequestro de dois jovens da localidade de Gonçalo.

Rapto e agressão

As vítimas teriam sido raptadas por indivíduos encapuçado­s e armados, exigindo aos jovens a devolução de uma quantidade de droga supostamen­te encontrada no mar.

Os sequestrad­os foram localizado­s na zona da Achada Campo, entre Pedro Vaz e Cascabulho, perto do perímetro florestal. Estavam amarrados e exibiam sinais de espancamen­to. Informaçõe­s da esquadra de polícia indicam que os dois jovens apresentav­am inchaços e marcas de amarras nos braços e mãos.

Na sequência foram detidas outras 19 pessoas pela prática dos crimes de tráfico de droga de alto risco, associação criminosa para tráfico, roubo agravado, arma agravado e lavagem de capitais.

O Tribunal da Comarca do Maio aplicou prisão preventiva para nove indivíduos, sendo oito homens e uma mulher. Todos já transferid­os para a Cadeia Central da Praia.

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