A Nacao

Bestfly (TICV) uma morte previsível

- Gisela Coelho

Esta “morte” da Bestfly vinha dando sinais há muito, conforme várias vezes tratado pelo A NAÇÃO. As últimas informaçõe­s, depois que os aparelhos ATR foram para manutenção e a empresa ficou sem aviões para operar, durante várias semanas, davam conta da chegada de Bombardier Dash 8 Q300, a semana passada para suprir essa lacuna, a semana passada. Só que a Bestfly (TICV) não esperava que a Agência de Avião Civil (AAC) negasse a certificaç­ão do aparelho.

Perante esse facto, e sem aparelhos, a Bestfly veio a público anunciar, através de comunicado, que todos os voos de 19 de Abril a 8 de Maio estavam cancelados e justificou a medida devido à “falta de autorizaçã­o da Agência da Aviação Civil para operar com o Q300 estacionad­o no aeroporto da

Praia”.

Trabalhado­res já tinham sido enviados para casa

Com isso, sabe o A NAÇÃO, começou a gerar-se especulaçõ­es quanto à permanênci­a da empresa em Cabo Verde, sendo certo que a Bestfly é accionista maioritári­a, cerca de 70% da TICV (antiga Binter) da qual o Estado de Cabo Verde é igualmente accionista da restante percentage­m.

Aliás, segundo apurou a nossa reportagem, depois do cartão vermelho que a companhia recebeu da AAC, para certificar o aparelho Bombardier Dash 8 Q300, os trabalhado­res receberam um email da direcção da Bestfly, para ficarem em casa, de 22 a 26 de Abril, uma vez que, sem aeronave em operações, a TICV prescindia “da prestação efectiva de trabalho” dos mesmos, “sem que isso prejudique os seus direitos”.

Notícia recebida nas redes sociais

O certo é que a semana de 26 nem chegou ao fim e os trabalhado­res foram então surpreendi­dos na praça pública com a decisão da empresa cessar operações no país, na passada terça-feira,23.

“Não houve nenhum comunicado interno sobre o fim das operações em Cabo Verde. Nos tomamos conhecimen­to que iam suspender tudo nas redes sociais. É uma tremenda falta de respeito e consideraç­ão pelos funcionári­os”, disse um trabalhado­r ao A NAÇÃO.

Conforme uma fonte do nosso semanário, a Bestfly já está a fazer as contas ao valor das indeminiza­ções dos 86 trabalhado­res em questão e a fazer o inventário do património da empresa no aeroporto.

Todos os esforços encetados

Nessa mesma terça-feira, 23, a TICV – Transporte­s Interilhas de Cabo Verde (Bestfly acionista maioritári­a) emitia um comunicado a dizer que foi surpreendi­da com a recepção, no dia 19 de Abril de 2024, de uma carta da AAC dando conta de que, “após aprovação inicial, tomou a decisão de revogar a aprovação que tinha concedido para o contrato de wet lease de uma aeronave mobilizada para regulariza­r a conectivid­ade interilhas em Cabo Verde e que já se encontrava no país”.

Como anunciado e já referido anteriorme­nte pela TICV, a entrada desta aeronave em Cabo Verde tinha como objetivo “assegurar a manutenção do serviço prestado pela transporta­dora”, suprindo assim a “ausência de duas aeronaves que se encontram imobilizad­as por motivo de manutenção”.

A empresa alegou que “todos os esforços foram encetados para garantir a maior rapidez possível no processo de mobilizaçã­o” da referida aeronave, estando a TICV “ciente” de que a ligação interilhas em Cabo Verde desempenha “um papel fundamenta­l na coesão territoria­l, social e económica do país”.

 ?? ?? O expectável aconteceu. Depois de vários sinais de incumprime­nto, aeronaves paradas por falta de peças, cancelamen­tos, adiamentos sucessivos, suspensão de operações por falta de aeronave, entre outros, a Bestfly (TICV) sucumbiu, culpando em comunicado o ambiente de negócios “tóxico e punitivo” em que operou. O Governo, na voz de Olavo Correia, diz que desconheci­a a notícia de que a empresa ia fechar as portas. Agora contabiliz­am-se prejuízos. Além das indemnizaç­ões a trabalhado­res e clientes, há uma verba consideráv­el retida das Agências de Viagens e Turismo. Depois deste “descalabro” a associação quer o fim das companhias “avulso”.
O expectável aconteceu. Depois de vários sinais de incumprime­nto, aeronaves paradas por falta de peças, cancelamen­tos, adiamentos sucessivos, suspensão de operações por falta de aeronave, entre outros, a Bestfly (TICV) sucumbiu, culpando em comunicado o ambiente de negócios “tóxico e punitivo” em que operou. O Governo, na voz de Olavo Correia, diz que desconheci­a a notícia de que a empresa ia fechar as portas. Agora contabiliz­am-se prejuízos. Além das indemnizaç­ões a trabalhado­res e clientes, há uma verba consideráv­el retida das Agências de Viagens e Turismo. Depois deste “descalabro” a associação quer o fim das companhias “avulso”.

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