A Nacao

António ‘Toi’ Firmino: “Evitar o contra-golpe”

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E no 2º Grupo da Companhia de Administra­ção Militar, que sai para ocupar as instalaçõe­s da RTP, no Lumiar, vai o jovem António ‘Toi’ Firmino, conhecido artista plástico, de São Vicente. O seu pelotão de 30 homens, assegura, durante uma semana, o controlo da comunicaçã­o social na única estação de televisão existente no país. “O objectivo era evitar comunicaçõ­es de contra-golpe, na televisão, entre outras coisas”, conta.

Toi Firmino tinha sido incorporad­o em Outubro de 1973, feito a recruta em Santarém. Mas o golpe militar não foi para ele grande surpresa. “Por alturas de Fevereiro, Março, um tenente cabo-verdiano que estava num quartel perto da Escola Prática de Cavalaria, Francisco Santos Silva, na altura um dos dirigentes da Casa de Cabo Verde, onde eu dava apoio na secretaria, disse-me que estava eminente uma revolução. Ele fazia parte também do movimento dos capitães.”

A finais de Maio, António Firmino recebe a comunicaçã­o de que estava destacado para Angola, onde ainda decorria a guerra. “Por isso, desertei, estive alguns meses escondido em casa da mãe de Ana, já namorávamo­s. Então, fizemos contacto com o PAIGC, com Chico Tomar, e fomos sete militares crioulos do exército português que fugimos para a Guiné, depois de longa espera e suspense, no Aeroporto de Figo Maduro. Fugimos num avião da Força Aérea Portuguesa, supostamen­te como estudantes africanos em férias. Já não havia guerra e fomos ajudar na reconstruç­ão, como professor, assim como o Carlos Araújo. Três meses depois, Ana veio também para a Guiné.”

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