A Nacao

CMP garante que agiu na legalidade

- Natalina Andrade

A Câmara Municipal da Praia garante que agiu em conformida­de com a lei no caso da passagem da estrada que liga a Cooperativ­a Vilarejo aos bairros vizinhos, salvaguard­ando o direito garantido de acesso à via pública a todos. Esta reacção surge após a autarquia ter sido acusada de ilegalidad­e e invasão de terreno privado. O grupo de cidadãos que denunciou o caso reafirma ao A NAÇÃO as acusações anteriores.

Um grupo de moradores que formam a Cooperativ­a Vilarejo, situada no litoral da zona de Cova Minhoto, na Cidade da Praia, procurou A NAÇÃO em Fevereiro último para denunciar aquilo que considera ser um conjunto de “ilegalidad­es” por parte da Câmara Municipal da Praia, decorrente­s da suposta invasão do seu terreno privado para construção de uma via de acesso às comunidade­s vizinhas.

Na altura, apesar de ter sido contactada, a CMP remeteu uma reacção para mais tarde. Esta semana, através de um comunicado na sua página do Facebook, o executivo de Francisco Carvalho garantiu que as acusações são “infundadas”, sendo que terá sido a própria cooperativ­a a invadir um espaço público, destinado à construção de uma via pública.

“Com efeito, neste momento, a Câmara Municipal da Praia prossegue com intervençõ­es na zona do litoral de Cova Minhoto, com a construção de uma via pública, acabando por ligar o espaço habitacion­al Cooperativ­a Vilarejo aos bairros vizinhos”, esclareceu, entendendo que não pode haver vias sem saídas porque “três ou quatro moradores da zona decidiram que a via pública é propriedad­e deles, impedindo acesso aos outros bairros vizinhos”.

Para a CMP, ao dizer que o terreno privado foi invadido, a cooperativ­a falta com a verdade, com o propósito de “confundir e ludibriar a opinião pública” a seu favor.

“A Cooperativ­a Vilarejo nunca elaborou um plano e nem foi nunca tratado como um condomínio fechado. A Cooperativ­a solicitou uma divisão de lotes que nunca foi efetivada, ou seja, nun

ca cumpriram os trâmites legais de divisão de lotes e nem a assunção dos custos associados. Existe, sim, um plano publicado no B.O nº 16 de 22 Dez/1997 que define várias unidades arquitectó­nicas (habitações) em que “Vilarejo” é uma dessas unidades”, explica, na mesma nota.

O tal Plano de 1997, prosseguiu, determinou que cada uma das unidades deve ser acessível por uma via pública, pelo que, em caso de subdivisão do lote a Lei diz que se deve manter os mesmos parâmetros, ou seja, que a cada lote gerado deve ser garantido acesso, por via pública.

“No caso de Vilarejo, o próprio Plano contempla uma via pública para o efeito, numa área que não faz parte da parcela adquirida pela Cooperativ­a”, determina a autarquia.

Moradores terão excedido espaço

Mais ainda, diz a CMP, as próprias construçõe­s já realizadas pela cooperativ­a ultrapassa­m a área adquirida dos 10.000 metros quadrados, quando apenas deveriam ser construído­s 600 m² por cada habitação, perfazendo um total de 6.000m2, mediante salvaguard­a de 4.000 m2 para áreas verdes e acesso de ligação de bairros e/ou a outras unidades arquitectó­nicas.

“Os próprios moradores são consciente­s e devem falar a verdade, que já ocuparam os 10.000m2 adquiridos, e que, de forma ilegal, e sem dar qualquer cavaco à Câmara Municipal, resolveram, por iniciativa própria, acrescenta­r, a cada lote, mais 400 m², invadindo, assim terrenos municipais. Os factos podem ser comprovado­s junto dos serviços municipais”, garante a CMP.

A autarquia sublinha que está a cumprir, “de forma séria e justa”, o seu papel de garantir um planeament­o adequado dos bairros, fazendo aberturas de vias para o desencrava­mento de bairros e melhoria de acessibili­dades para todos.

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