O ambiente é de liberdade de imprensa, diz Governo
Não obstante os Repórteres Sem Fronteiros apontar para uma queda de oito posições, o Governo de Cabo Verde acredita que se vive um ambiente de liberdade de imprensa no país, pelo que os rankings não são motivo para vanglorias, nem tão pouco cair em depressão, em função dos resultados.
Para o secretário de Estado-adjunto do primeiro-ministro para a Comunicação Social, Lourenço Lopes, Cabo Verde continua sendo referência na CPLP e no continente africano em matéria de liberdade de imprensa. “Como temos dito, sempre, não nos vangloriamos quando subimos no ‘ranking’ e não caímos em depressão quando descemos”, disse o governante.
MpD reconhece necessidade de melhorias
O MpD, partido que sustenta o Governo, considerou, na mesma linha, a posição de Cabo Verde é “relativamente boa”, havendo, no entanto, indicadores em que o país progrediu e outros onde “há a necessidade de melhorias”.
“Tendo em linha de conta o caráter dinâmico desses indicadores, há a necessidade de um acompanhamento permanente e próximo do setor, para se introduzir mais e melhores medidas de políticas que nos permitam aproximar dos lugares cimeiros”, realçou, em reação ao relatório dos RSF.
Oposição aponta degradação do ambiente mediático
O PAICV, o maior partido da oposição, por sua vez, encarou a descida de Cabo Verde no ranking como uma reflexão fiel da degradação do ambiente e do cenário mediático. Através da deputada Carla Lima, essa força politica disse, entretanto, não estranhar o resultado, uma vez que os diretores dos veículos de comunicação públicos que dominam o cenário mediático em Cabo Verde são nomeados directamente pelo Governo.
Isto porque, segundo frisou, embora a lei garanta o pluralismo e preveja que todos os partidos políticos tenham espaço nos meios de comunicação, na realidade a situação “não é tão simples”.
PR pede debate sobre as falhas e deficiências
O Presidente da República, José Maria Neves, reagiu à descida de Cabo Verde no ranking sugerindo um “debate profundo” sobre as falhas e deficiências por trás deste resultado negativo para o país.
Segundo disse, é preciso que todos, os partidos políticos, os decisores, os governantes, os titulares dos órgãos de soberania, os próprios órgãos de comunicação, jornalistas e cidadãos prestem atenção sobre o exercício do jornalismo em Cabo Verde.
Por outro lado, não obstante um clima “mais pacífico” em comparação a outros países, Neves sublinhou que algumas situações ainda inquietam, nomeadamente as “fake news”, a falta de uma maior especialização dos profissionais assim como a necessidade de mais jornalismo de investigação. NA