410 empresas ligadas à TOTAL em Cabo Delgado estão paralisadas acumulando prejuízos de USD 95 milhões
Uma análise preliminar feita pelo sector privado aponta que os ataques terroristas na província de Cabo Delgado causaram a suspensão de cerca de 56 mil empregos em 410 empresas integradas na cadeia de valores do projecto de exploração de gás natural na península de Afungi em Palma. O impacto financeiro destes ataques foi de USD 95 milhões que inclui destruições de infraestruturas públicas e privadas e atrasos de pagamentos e mercadorias em trânsito sem certeza da entrega.
Os empresários nacionais referem que o distrito de Mocímboa da Praia é o mais afectado, com cerca de 40% de empresas abrangidas e 23% dos postos de trabalho perdidos. Decorrente dos ataques terroristas, o empresariado nacional apresentou as preocupações do sector à concessionária francesa TOTAL e ao embaixador daquele país, relativas ao atraso nos pagamentos, que está a tornar-se num pesadelo para o sector privado.
Em resposta, a TOTAL informou que está à procura de soluções para os contractos em curso, através das contractadas, em relação às quais a concessionária disse não ter pagamentos atrasados. Assim, o sector privado acordou com a TOTAL em criar uma "task force" conjunta para mapear os pagamentos pendentes e cujas mercadorias tinham sido ordenadas pelas contractadas; facilitar, contracto-a-contracto, o cumprimento das obrigações com as pequenas e médias empresas moçambicanas.
Nos encontros, foi a preocupação do sector privado obter da TOTAL clareza quanto às mercadorias em trânsito e em armazém por ser entregues, ao que a companhia disse estar minimizar a questão, havendo garantias de que esta situação está a ser acautelada. Contudo, não se sabe por quanto tempo a suspensão das actividades da TOTAL vai durar, pois permanece condicionada ao funcionamento de um conjunto de empresas, tais como EDM, Tmcel, bancos e outras.