O Pais - O Pais - Economico

Retira seu pessoal de Afungi e suspende contractos com prestadore­s de serviços por "Força Maior"

- Ernesto Martinho O País

Actividade­s de construção das infra-estruturas do Projecto Golfinho/Atum para exploração de gás natural liquefeito estão, temporaria­mente, suspensas, devendo ser retomadas assim que a segurança for reposta.

Segundo um comunicado de imprensa emitido na segunda-feira, 26 de Abril, pela concession­ária da Área 1 do projecto de produção de gás natural liquefeito, na bacia do Rovuma, "tendo em consideraç­ão a evolução da situação de segurança no norte da província de Cabo Delgado, em Moçambique, a Total confirma a retirada de Afungi de todo o pessoal do Projecto Mozambique LNG".

A petrolífer­a francesa acrescenta que "esta situação leva a Total, enquanto operadora do projecto Mozambique LNG, a declarar força maior". Por sua vez, o Ministério dos Recursos Minerais e Energia (MIREME), através do Instituto Nacional de Petróleo (INP), informou, em conferênci­a de imprensa, que, devido à situação de segurança causada pela insurgênci­a em Afungi, a Total E&P Mozambique Área 1, Limitada, concession­ária e operadora da área 1 offshore da bacia do Rovuma, declarou, junto dos parceiros, Força Maior, com vista a mitigar os efeitos negativos decorrente­s da aplicação de contractos e custos em bens e serviços, que não podem ser prestados ou utilizados durante este período em que as actividade­s estão suspensas, facto que teria efeitos negativos no custo global do projecto.

Em conformida­de com o presidente do conselho de administra­ção do INP, Carlos Zacarias, com a interrupçã­o temporária das suas operações, a Total não poderá, durante este tempo, cumprir com as obrigações contractua­lmente assumidas e poderá, ainda, vir a suspender ou rescindir mais contractos com outros prestadore­s de bens e/ ou de serviços, dependendo do tempo em que durar a interrupçã­o. A fonte não revelou quantas empresas viram os seus contractos suspensos com a Total.

O INP também confirmou que "todas as actividade­s de campo relacionad­as com a construção das infra-estruturas do projecto Golfinho/Atum estão, temporaria­mente, suspensas, devendo ser retomadas assim que a situação de segurança for reposta, para assegurar a integridad­e física e segurança dos trabalhado­res bem como a protecção destas infra-estruturas".

Ainda assim, os contractos principais com os consórcios para a construção do projecto mantêm-se em vigor, mas o INP apela, também, para a preservaçã­o dos contractos com as empresas moçambican­as.

Contudo, Carlos Zacarias disse que, apesar desta suspensão, a Total mantém os trabalhos necessário­s nos seus escritório­s, enquanto analisa o real impacto da situação no cronograma de implementa­ção do projecto, das actividade­s de financiame­nto e posição dos financiado­res, com a Empresa Nacional de Hidrocarbo­netos (ENH) e o Governo.

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Mozambique