Diz que o projecto Mozambique LNG da Total não está abandonado
"Há fundos para prosseguir com o projecto. As autoridades moçambicanas continuam a trabalhar para repor as condições normais de segurança, que garantam que as actividades do projecto possam ser retomadas o mais breve possível", disse Carlos Zacarias, PCA do INP.
Depois da suspensão das operações na península de Afungi, circularam informações de que a Total vai desinvestir em Moçambique, de modo a dar continuidade aos seus projectos na Uganda e no sul da vizinha Tanzânia, num projecto de construção de oleoduto de petróleo bruto (de 1.445 km estimado em USD 3,5 biliões, sendo que 80% vai passar pela
Tanzânia que vai obter dividendos na ordem de USD 3,24 biliões) e de gás, respectivamente, segundo a Reuters.
Entretanto, o Instituto Nacional do Petróleo (INP) esclarece que a Total não abandonou o seu projecto em Moçambique, mantendo-se como concessionária e operadora, com todos os direitos, deveres e obrigações resultantes do contracto de concessão para pesquisa e produção da Área 1, assinado com o Governo em 2006.
O presidente do conselho de administração do INP, Carlos Zacarias, assegurou que o projecto LNG Golfinho/Atum (Mozambique LNG) será implementado a partir de uma plataforma em terra, num investimento de USD 20 biliões, para viabilizar a exploração e produção, em dois trens, de 13,12 Tcf de gás natural recuperável, num período de 25 anos e gerar lucros directos na ordem dos USD 60.8 biliões, dos quais cerca de USD 30.9 biliões para o Estado durante 25 anos. Prevê, igualmente, a disponibilização de USD 2.5 biliões para cobrir as despesas relacionadas com a contractação de bens e serviços a serem fornecidos por empresas moçambicanas ao projecto de GNL, durante a fase de construção da planta, para além das oportunidades de emprego e treinamento para cidadãos nacionais.
A decisão final de investimento do projecto Mozambique LNG foi anunciada a 18 de Junho de 2019, e o projecto previa entrar em produção em 2024. A Total E&P Mozambique Área 1 Limitada é operadora da Área 1, com 26,5% de interesse participativo, em parceria com a ENH Rovuma Área Um, S.A. (15%), a Mitsui E&P Mozambique Area 1 Limited (20%), a ONGC Videsh Rovuma Limited (10%), a Beas Rovuma Energy Mozambique Limited (10%), a BPRL Ventures Mozambique B.V. (10%) e a PTTEP Mozambique Area 1 Limited (8.5%).