Rovuma LNG: Exxonmobil em conversações com ENI e CNPC
A Exxonmobil mantém conversações sobre o mega-projecto de produção de gás com as empresas envolvidas no consórcio, principalmente a ENI e a CNPC. Espera-se, assim, que, ao longo dos próximos dias, haja um anúncio sobre os caminhos futuros do projecto de liquefacção de gás da área 4.
O plano de desenvolvimento do Rovuma LNG deveria ser fornecido às autoridades moçambicanas até ao fim de 2023, de acordo com as fontes citadas pelo portal Africa Intelligence. Se este prazo não for cumprido, o operador do projecto, a norte-americana Exxonmobil, terá de solicitar alargamento à autoridade reguladora dos hidrocarbonetos, o Instituto Nacional de Petróleo (INP), dentro do próximo ano.
As discussões entre os parceiros do Bloco 4, Exxonmobil, ENI, China National Petroleum Co (CNPC), Galp, Kogas e Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH) já estão a decorrer há várias semanas para tentar alcançar um acordo sobre as principais abordagens técnicas do projecto Rovuma LNG.
É provável que a concepção inicial dos comboios que, com uma capacidade anual para 7,6 milhões de toneladas por unidade, seja revista por razões que têm a ver com a pegada ecológica do projecto.
Vários comboios mais pequenos poderiam ser favorecidos, o que facilitaria a utilização de turbinas eléctricas mais limpas e tornaria mais fácil a recuperação de dióxido de carbono (CO2). Como todas as maiores petrolíferas ocidentais, a Exxonmobil tem de ir ao encontro das expectativas dos accionistas que são cada vez mais sensíveis à pressão da sociedade civil e das organizações não-governamentais (ONG) ambientais.
Os parceiros terão também de chegar a acordo sobre um calendário de desenvolvimento.
A Exxonmobil já adiou várias vezes a sua decisão final de investimento. A Anadarko, adquirida pela Totalenergies em Moçambique, tomou a sua decisão em 2019 sobre Moçambique LNG, mas a Exxonmobil atrasou o desenvolvimento do bloco 4, limitando-se a pagar a chamada em dinheiro para o FLNG Coral, que ainda está programado para ser posto em funcionamento pelo operador ENI antes do fim do ano.
O aumento dos ataques de grupos radicais desde 2017 na província de Cabo Delgado, a partir da qual se localizam as reservas e a suspensão por razões de segurança do Gás Natural Liquefeito (GNL) de Moçambique na Península de Afungi, em Dezembro de 2020, são outras razões para que a Exxonmobil avance a passos lentos.