“Força maior” adia cimeira extraordinária da SADC
A sessão, que estava agendada para hoje, deverá ser convocada para uma outra data, por causa da ausência anunciada dos Chefes de Estado do Botswana, Mkogweetsi Masisi, por motivo de doença, e da África do Sul, Cyril Ramaphosa, arrolado como testemunha em
Mkogweetsi Masisi cumpre quarentena obrigatória e Cyril Ramaphosa arrolado testemunha pela comissão de “Inquérito Zondo” sobre alegado envolvimento prejudicial à companhia sul-africana de energia, Eskom, a favor da mineradora Glencore
Foi adiada, para uma data ainda por anunciar, a cimeira extraordinária da troika da SADC sobre a segurança em Cabo Delgado. O órgão não tem quórum para deliberar, devido às ausências dos presidentes do da reunião da troika do comité ministerial do órgão de política, defesa e segurança da SADC, que decorreu na tarde desta quarta-feira em Maputo, a ministra moçambicana dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Verónica Macamo, disse, em conferência de imprensa, que a cimeira extraordinária, que tinha sido agendada para esta quinta-feira, está adiada.
Segundo um comunicado do secretariado da Presidência da República do Botswana, datado de 28 de Abril, o presidente daquele país, Mokgweetsi Masisi, está em quarentena obrigatória e o seu homólogo sul-africano, Cyril Ramaphosa, foi arrolado para uma audição pela comissão de “Inquérito Zondo”, sobre a alegada captura do Estado na qualidade de presidente e vice-presidente do Congresso Nacional Africano (ANC), por ter, supostamente, agido a favor da empresa anglo-suiça de commodities de mineração, Glencore, para prejudicar a Eskom, empresa de serviços públicos de electricidade da África do Sul. Contudo, sem muitos detalhes sobre as razões do adiamento da cimeira extraordinária de Maputo, Verónica Macamo disse tratar-se de questões de “força maior”.
“Como é do conhecimento de todos, estava prevista a realização da cimeira extraordinária da cimeira da troika do órgão da SADC, mais Moçambique. Dadas às ausências dos presidentes das repúblicas da África do Sul e do Botswana, por motivos ponderosos e de força maior, não se reuniria o quórum amanhã (hoje) para a realização da mesma, por isso informamos que o evento terá lugar numa data a ser anunciada oportunamente”, explicou Verónica Macamo.
Além de Masisi e Ramaphosa, a secretária-executiva da SADC, a tanzaniana Stergomena Tax, não se fez presente na reunião do comité ministerial do órgão, tendo sido representada por Filipus Nghilondwa.
Não obstante a isso, Verónica Macamo informou que a SADC concordou com a intervenção em Cabo Delgado, sendo que, desde já, caberá aos chefes de Estado e de governo da região avaliar e decidir sobre a natureza das acções práticas e duradouras a desencadear em prol da segurança naquele ponto do país e outros passos subsequentes.
“Já há um entendimento comum sobre a natureza da ameaça, há clareza sobre as necessidades, meios e modalidades que permitem os países canalizarem o seu apoio com urgência. E os países da SADC, que estiverem disponíveis em apoiar o nosso país, poderão fazê-lo de acordo com a sua capacidade a partir de agora”, concluiu.
A reunião do comité ministerial da troika da SADC foi dirigida por Lemogang Kwape, presidente do órgão e, neste encontro, Moçambique fez-se representar pelos ministros dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, da Defesa Nacional e do Interior, Verónica Macamo, Jaime Neto e Amade Miquidade, respectivamente.
“Ao deliberarmos sobre o Relatório e a linha de acção, nós devemos também ter em consideração que o nosso caminho em frente, como a região, deve ser guiado pela Defesa Mútua do Pacto da SADC, que entrou em vigor em Agosto de 2008”, disse Kwape.
O objectivo do evento era analisar o relatório da comissão técnica dos peritos militares enviados a Moçambique entre 15 e 21 de Abril corrente para avaliar a situação real em Cabo Delgado e recomendar as estratégias de combate ao terrorismo naquele ponto do país. a Total, concessionária da area 1 da bacia do Rovuma, anunciou a retirada de todo seu pessoal do projecto de exploração de gás natural liquefeito em Afungi devido à insegurança em Cabo Delgado, tendo, para o efeito, evocado a cláusula de “Força Maior”.