O Pais

Governo etíope rejeita oferta de cessar-fogo de separatist­as de Tigray

-

O Governo da Etiópia rejeitou uma oferta de cessar-fogo feita pelos separatist­as da região norte de Tigray, com quem tem vindo a travar uma guerra há mais de um ano, declarou a porta-voz do executivo.

“Cessar-fogo de quem? Essa é a questão”, questionou a porta-voz Billene Seyoum numa conferênci­a de imprensa em Adis Abeba, segundo escreve DW. “O Governo já se compromete­u a um cessar-fogo” em Junho, mas a Frente de Libertação do Povo de Tigray (TPLF) referiu-se ao gesto como sendo uma piada de mau gosto”, explicou.

O líder da TPLF, Debretsion Gebremiche­al, ofereceu uma “cessação imediata das hostilidad­es”, numa carta enviada ao secretário­geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, datada de domingo (19.12) e tornada pública na segunda-feira (20.12).

Debretsion anunciou também a retirada para Tigray das suas tropas posicionad­as noutras regiões do país, tais como os vizinhos Afar e Amhara, uma das condições do Governo etíope para negociaçõe­s com vista a uma

“Não sei como uma entidade ilegítima pode enviar tal carta a um organismo da ONU”, declarou Billene, cujo Governo considera a TPLF uma organizaçã­o terrorista.

SOLUÇÃO POLÍTICA PASSA POR DIÁLOGO

“Qualquer solução política centrar-se-á sempre na justiça e na responsabi­lização e também no diálogo”, disse, observando que os termos desse diálogo seriam apresentad­os “no devido tempo”.

Segundo a porta-voz, o Governo federal “tem a obrigação de manter a paz para assegurar a integridad­e territoria­l e as operações das diferentes forças federais assegurarã­o a manutenção da integridad­e do país”, acrescenta­ndo que “a TPLF já não é uma ameaça para a estabilida­de da Etiópia”.

De facto, a porta-voz disse que o exército etíope e as suas forças pulsão dos restantes “elementos” dos rebeldes em Afar e Amhara, apesar do anúncio de Debretsion de uma retirada.

CONFLITO PROLONGA-SE DESDE 2020

A guerra começou a 4 de Novembro

de 2020, quando o Primeiromi­nistro etíope, Abiy Ahmed, ordenou um ataque à TPLF, no poder em Tigray, como retaliação a um ataque a uma base militar federal e na sequência de uma escalada de tensões políticas. ano, a TPLF conseguiu avançar as suas posições para sul e ameaçou marchar sobre a capital, Adis Abeba, que é também a sede da União Africana.

Os receios de que os rebeldes pudessem atacar a capital da Etiópia levaram a esforços diplomátic­os por parte da comunidade internacio­nal para procurar uma solução

Milhares de pessoas morreram e cerca de dois milhões foram forçadas a fugir das suas casas em Tigray com a ONU.

 ?? ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Mozambique