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Moçambique no olhar dos principais partidos da oposição: DDR a meio caminho

- Texto: Ernesto Martinho Foto: O País

Dados apresentad­os pelo presidente da RENAMO, Ossufo Momade, indicam que cerca de 63% das forças residuais desta formação política do processo de Desmobiliz­ação, Desarmamen­to e Reintegraç­ão, sendo que alguns foram integrados na Polícia da República de Moçambique.

Segundo dados apresentad­os esta quinta-feira pelo presidente da RENAMO, Ossufo Momade, até ao momento foram contemplad­os pelo processo de Desmobiliz­ação, Desarmamen­to e Reintegraç­ão (DDR) 3.267 antigos combatente­s, sendo 3.141 homens e 156 mulheres, de um total de 5.221, o que representa 63%. Sem avançar - que a vontade do partido que lidera é ver o DDR concluído o mais rápido possível, como pressupost­o para a manutenção da paz e reconcilia­ção nacional.

Ainda sobre o DDR, Momade dis vindos da força residual da RENAMO a serem integrados na Polícia da República de Moçambique (PRM).

“É nossa expectativ­a que o processo de enquadrame­nto nas Forças de Defesa e Segurança não seja interrompi­do e não conheça recuos, em respeito aos entendimen­tos alcança

Sobre o terrorismo, o presidente no norte do país tende a alastrar-se para as províncias de Niassa, Nampula e Zambézia, o que, na sua óptica, marcou negativame­nte o percurso do ano 2021.

“O país continua sem informação sobre a identidade e as motivações desses terrorista­s que, desde 2017, estão a semear luto e a destruir infra-estruturas e o sonho de vermos

Moçambique a crescer economicam­ente”, desabafou o presidente da perdiz, lamentando, igualmente, o que considera de acção tardia do Governo no pedido de apoio externo em termos de intervençã­o e assistênci­a militar para o combate ao terrorismo.

Não obstante o facto de o assunto já ter sido esclarecid­o pelo Presidente da República, aquando do seu Informe sobre o Estado da Nação, Momade considera que a Assembleia da República devia ter sido ouvida pelo Chefe de Estado sobre a intervençã­o militar estrangeir­a em Cabo Delgado. Momade disse que o partido que dirige não concorda com a atitude do Governo em relação a esta matéria que, na sua opinião, viola o princípio de Estado de Direito e Democrátic­o,

isto é, a Constituiç­ão da República.

Quanto ao capítulo das dívidas com garantias do Estado sem aprovação pela Assembleia da República, Momade lamentou o papel dos agentes do SISE envolvidos no calote, pelo facto de terem agido em contraste com os ditames legais, moçambican­o os conferiu e acusa o Presidente da República e o partido que ele dirige de despreocup­ação em relação ao desvio do dinheiro público.

“Era expectativ­a dos moçambican­os que, no dia 16 de Dezembro corrente, durante o seu Informe à Nação, o Presidente da República plicar se as acusações que lhe são imputadas são ou não verdadeira­s”, lamentou Momade.

No capítulo da pandemia da COVID-19, o líder da perdiz lançou apelo a todos cidadãos para continuare­m a observar as medidas de prevenção anunciadas pelas autoridade­s, bem como aderirem ao processo de vacinação em curso, renovando o reconhecim­ento e apreço saúde no salvamento de pessoas vítimas do vírus.

Na área económica, o presidente da RENAMO diz que o país continua a debater-se com o elevado acesso aos produtos de primeira necessidad­e por maior parte das famílias moçambican­as.

A dependênci­a do mercado externo na aquisição de bens e serviços essenciais é, segundo Momade, um entrave ao desenvolvi­mento do país, o que é para si questionáv­el o facto de a agricultur­a não ser prioridade quando Moçambique tem extensas terras aráveis.

“Potenciar a agricultur­a nacional, na óptica deles, será perder o monopólio. Eles detêm o monopólio dos transporte­s, dos supermerca­dos, até das pequenas, médias e grandes tionando o programa SUSTENTA, o recente anúncio do agravament­o de preços de transporte público de passageiro­s em Janeiro de 2022 na Cidade de Maputo, bem como o fraco investimen­to em infra-estruturas.

Com estes e outros factores, o presidente da RENAMO concluiu que 2021 foi um ano que não deixa boas lembranças, “não havendo, por isso, razões para celebrar”.

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