PAM alerta para ruptura iminente no fornecimento de ajuda alimentar em Cabo Delgado
Programa Alimentar Mundial (PAM) foi obrigado a emagrecer os cabazes entregues aos deslocados de terrorismo em Cabo Delgado. A ruptura foi adiada, mas o racionamento continua, escreve o jornal “Observador” que cita a agência Lusa.
A ruptura no fornecimento de ajuda alimentar na província de Cabo Delgado foi adiada por dois meses, mas continua iminente devido à falta de fundos, disse, esta quinta-feira, fonte do PAM, em resposta a questões colocadas pela Lusa.
“Se novos fundos não forem recebidos urgentemente, o PAM corre o risco de ter de interromper a assistência que salva vidas agência das Nações Unidas.
Em Abril, o PAM foi obrigado a reduzir os cabazes entregues aos deslocados da insurgência armada que afecta Cabo Delgado, Norte de Moçambique, e alertou para uma possível ruptura em Junho.
A interrupção foi evitada, mas o racionamento dos cabazes continua, segundo escreve o Observador, que cita a Lusa.
“Devido à redução de fundos, o PAM foi obrigado a cortar, pela metade, a cesta alimentar entre - suprir menos de 40% das suas necessidades calóricas”, explicou.
“O PAM precisa urgentemente de 86 milhões de dólares (80,4 milhões de euros) para prestar assistência alimentar a 940 mil pessoas no Norte, nos próximos seis detalhou.
A população, em que cerca de metade são crianças e jovens, foge e deixa tudo o que tem, procurando refúgio em zonas seguras de Cabo Delgado, Nampula e Niassa.
A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada, desde 2017, por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
Desde Julho de 2021, uma ofensiva das tropas governamentais, com o apoio do Ruanda, a que se juntou, depois, a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), permitiu recuperar zonas onde havia rebeldes, mas a fuga destes tem provocado ataques noutros distritos usados como passagem ou refúgio temporário.