MIGUEL LOUREIRO
DIRETOR ARTÍSTICO DO TEATRO SÃO LUIZ, ATOR E ENCENADOR
REFERÊNCIA
Na obra ficcional de Chesterton, O Homem Que Era Quinta-feira é talvez o meu título favorito. Dilemas universais, entre o teológico e a filosofia, muito bem casados com uma trama cómica a que ele chama “pesadelo” à volta de conservadores e anarquistas. Gilbert Keith Chesterton é, sem dúvida, uma das minhas referências literárias e éticas de um pessimismo sem concessões.
ANTÓNIO M. FEIJÓ
A Admiração pela Admiração reúne textos breves de vários autores – Mário Avelar, Abel Barros Baptista, Gustavo Rubim, Miguel Tamen, etc. – sobre a figura de António M. Feijó, professor e um dos nossos mais estimulantes teóricos literários. É saudável e bonito ver um livro que celebra um modo de estar na vida e na literatura que tanta admiração convoca. Penso que o título escolhido brinca com Uma Admiração Pastoril pelo Diabo, sobre Pessoa e Teixeira de Pascoaes, editado em 2015.
O ANTICRÍTICO
Diz assim num dos testemunhos de O Anticrítico, volumosa reunião de textos de Diogo Vaz Pinto: “Não tenho conta para as vezes todas em que, para ir com a rábula insultuosa que me tecem, pegando uns onde outros deixaram, numa cooperativa de imbecis que, sinceramente, me comove, já me quiseram tirar a condição que vem de tudo o que faço.” É Diogo Vaz Pinto, polemista-mor e anticrítico (como se intitula), no seu melhor, em prosas coletadas dos últimos tempos.
FÁBULA NEGRA
Esta escolha não é circunstancial, como as demais. O Tango de Satanás, de László Krasznahorkai, é um dos livros da minha vida. Fábula negra e húmida de uma Mitteleuropa circular e autofágica, repleta de personagens em derrocada, fascinantes, numa linguagem que nos devolve imagens fantasmagóricas e situações surpreendentes do desespero e da desorientação humanas. Há também o filme do Béla Tarr, que não fica nada atrás desta matriz literária.
DESMISTIFICAR A ÓPERA
Chorar, Estremecer, Morrer, de Robert Levine, é um livro que nos põe bem-humorados e que explica o mundo da ópera “a totós”. Considerada muitas vezes distante e pomposa, apenas para as elites, ainda é, na cabeça de algumas pessoas, o milieu elitista da arte lírica. Um livro que desmistifica esta visão com bastante humor e muita informação útil, mesmo para leitores mais iniciados. Um guia para quem gosta de ópera e para quem acha que é uma estopada.
EM FUNÇÕES DESDE JUNHO DO ANO PASSADO, TEM UMA VISÃO PARA O TEATRO MUNICIPAL LISBOETA QUE PASSA POR TODAS AS ARTES DE PALCO: O TEATRO, SIM, MAS TAMBÉM A MÚSICA E A DANÇA