Correio da Manha - Boa Onda

FILIPA GOMES

A COZINHEIRA E APRESENTAD­ORA ESTÁ A ADORARA SUA PASSAGEM PELO PROGRAMADE COZINHADO CANALPÚBLI­CO. COM O SEGUNDO FILHO ACAMINHO, DIZ QUE, ASEGUIR, QUER PARAR UM BOCADINHO. MAS NUNCAPOR MUITO TEMPO

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PRESTES A TER O SEU SEGUNDO FILHO ( UM MENINO), FILIPA GOMES DIZ ESTAR A ADORAR o seu novo programa de televisão. O concurso ‘ Famílias Frente a Frente – Desafio na Cozinha’, da RTP 1, tem- lhe permitido descobrir receitas novas e experiment­ar um formato ao qual não estava habituada.

Como está a ser, para si, a participaç­ão neste concurso? Algo diferente no seu percurso...

Está a correr muito bem. É um formato i nternacion­al, que adaptámos, e o mais interessan­te é detetar a dinâmica familiar dentro da cozinha.

O que a surpreende­u mais neste programa?

Estar a descobrir tantas receitas novas e diferentes. O facto de termos famílias de norte a sul do País, núcleos familiares multicultu­rais, enriquece o programa. É muito giro ver o que realmente se cozinha em casa das pessoas. Toda a gente tem uma data de receitas na cabeça, mas no dia a dia as coisas fazem- se de uma maneira um bocadinho diferente. E há sempre o lado da tensão familiar... Há planos para uma segunda temporada?

À partida, não. São apenas os treze episódios. E estou na fase final da gravidez. Assim que o programa acabar quero dedicar- me ao bebé. Fazer enxoval. Ainda não tem nada preparado para o bebé?

Não. É sempre assim com o segundo filho, não é? Com o primeiro, a partir dos quatro meses já tinha tudo pronto. No segundo, relaxa- se...

Quanto tempo é que gostava

DETESTO QUANDO ME PERGUNTAM QUAL É O MEU PRATO PREFERIDO. SEI LÁ. HÁ TANTO POR ONDE ESCOLHER...

de estar parada?

Estar parada, para mim, é muito relativo. Trabalho muito em casa, a testar receitas. Que é algo que, mais ou menos, consigo ir conjugando com a minha vida pessoal.

Quanto tempo parou, depois do nascimento da filha?

Aos cinco meses da Julieta, voltei ao ativo. Depende dos projetos que surgirem.

É do tipo de pessoa que gosta de planear a sua vida, ou de viver ao sabor das ondas? Tenho sempre muitos projetos na cabeça, mas a verdade é que a minha vida tem sido muito assim: estar de braços abertos para o que vai surgindo. Este programa apareceu as-

sim, do nada. Aceitei e foi um desafio giro. Até porque saí um bocadinho do formato a que estou habituada.

O público ainda lhe fala dos programas ‘ O Prato do Dia’ e ‘ Cozinha com Twist’?

Claro que sim. Eram uma espécie de comprimido de felicidade... E não digo isto por arrogância. A cozinha é algo com que as pessoas se relacionam muito. Mesmo quando não estás atenta à receita, um programa de culinária é algo que podes ter na televisão e que dá prazer. Que te tranquiliz­a. Não é o drama de um telejornal, que entristece... Acha que esse é o segredo do sucesso de tantos programas de culinária?

Acho que é.

Mas a culinária não foi sempre a sua vida? Pelo menos na vertente profission­al? Não. Antes de começar a fazer televisão trabalhei seis anos em publicidad­e. Era redatora publicitár­ia. Entretanto, o meu namorado insistiu para que eu fizesse um casting para o programa ‘ O Prato do Dia’, e eu fui. Com que idade descobriu a paixão pela comida?

A minha relação com a comida existe desde sempre, a minha relação com a cozinha começou a os 24, quando sa í de casa. Ao contrário da maioria dos cozinheiro­s, não tive essa coisa de cozinhar desde criança. A minha mãe, a minha avó, o meu pai... todos cozinhavam. Eu só comecei quando fui viver com o meu namorado. Mas deve ter- me ficado tudo na cabeça, porque as coisas correram- me logo bem.

Foi difícil abandonar o mundo da publicidad­e? Não. A verdade é que eu já não estava muito feliz e a cozinha era o meu escape. Fazia bolinhos e bolachas para vender... Mas não tinha o conhecimen­to todo que entretanto adquiri. Reconhece alguma referência nacional no mundo da culinária? A Filipa Vacondeus? A Maria Lurdes Modesto? Lembro-mede as ver, na televisão, mas as minhas referência­s são maisín tim as.Éa comida que eu comia em casa, a minha avó, a minha mãe... E a comida que experiment­o em restaurant­es. Os meus pais sempre foram muito de frequentar restaurant­es e experiment­ar comidas novas.

E referência­s internacio­nais? Gosto muito daNi gel la Lawson.Elaéu ma grande influência para mim. Gosto imenso do GordonRams­ay.O Anthony Bourdain fazia um trabalho incrível, não tanto enquanto cozinheiro, mas mais enquanto pessoa que descobria culturas e que nos dava a conhecer o Mundo. E está a ser uma honra, trabalhar com o

HÁ MUITA GENTE QUE ACHA QUE TENHO ESTE ASPETO PARA APARECER NA TELEVISÃO. NÃO. É ASSIM QUE SOU E ME VISTO NO DIA A DIA

TEMOS CADA VEZ MELHORES CHEFS EM PORTUGAL. E FINALMENTE ESTÃO A COMEÇAR A DAR--LHES A ATENÇÃO QUE MERECEM

Hugo Nascimento e com o José Avillez. São duas personagen­s muito i mportantes na nossa cena gastronómi­ca. Onde vai comer, nos fins de semana?

Gosto de ir a tascas. Gosto da comida tradiciona­l portuguesa. Vou comer coisas específica­s a sítios específico­s. Gosto dos croquetes e do prego do Gambrinus. Gosto de ir ao Mar do Inferno comer bruxas e gamba da costa... Gosto do arroz negro do Solar dos Presuntos, do bacalhau do Zé da Mouraria. Sou essa pessoa que volta aos sítios onde foi feliz.

Sonha ter o seu próprio restaurant­e?

Não posso dizer que não, porque a vida já me mostrou que as coisas podem dar uma volta de 180 º muito rapidament­e. Mas não é coisa que me apeteça: estar enfiada numa cozinha 10, 12, 16 horas por dia. Não. Planeia ter mais filhos?

NUNCA

SONHEI FAZER TELEVISÃO. ISTO FOI UMA COISA QUE ME ACONTECEU. MAS GOSTO. GOSTO DE COMUNICAR

Caramba, ainda vou no segundo. Sei lá.

Quando era miúda, quantos filhos sonhava ter?

Não sou esse tipo de pessoa que cresceu com um sentido maternal apurado, a achar que ia ter muitos filhos. Não. Mas a vida fez- me encontrar a pessoa certa e tu vais riscando itens da tua lista e chegas a um ponto em que te questionas: se calhar agora tínhamos filhos.

O marido achou o mesmo? Que tinha chegado a hora? Sim. Ele também tinha sempre achado que não ia ser pai. Também não é uma cena para a qual ele estivesse virado.

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