Correio da Manha - Boa Onda

ENTREVISTA

MAFALDA VILHENA

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GOSTO MUITO DESTA DEOLINDA PORQUE MEXE COM TODA A GENTE E É

UMA MULHER A CORES. OS OUTROS

SÃO SOMBRIOS...

CASADACOM O ATOR DE‘ NARCOS’- PÊPÊ RAPAZOTE -

HÁ BEM MAIS DE UMADÉCADA, AATRIZVIVE FELIZ POR VÊ- LO SINGRAR FORADO PAÍS. MAS ISTO HOJE... PORQUE, POR VEZES, AESTRELADE‘ ALMAE CORAÇÃO’JÁ SOFREU MUITO COM AAUSÊNCIAD­O MARIDO E POR NÃO PODER TRABALHAR

AOS 45 ANOS, E DEPOIS DE TER ABRAÇADO VÁRIAS P E R S O N AG E N S M U I T O DENSAS, Mafalda Vilhena volta à comédia. E sente- se em casa, pronta para fazer rir as pessoas, algo que não fazia desde ‘ Floribella’, em 2003. Está a gostar de fazer parte do núcleo cómico de ‘ Alma e Coração’?

É mesmo divertido. Eu gosto muito desta Deolinda. Mas, se calhar, é uma coisa minha. Defendo muito os meus personagen­s e gosto dela porque tem duas coisas: a parte cómica e a parte séria... esta última que tem a ver com a prisão do marido. E depois é uma personagem muito mexida que interfe- re com toda a gente, uma mulher muito a cores. Se virem bem as outras personagen­s são todas muito mais cinzentas e sombrias, e ela, apesar de ter passado por coisas horríveis, olha sempre para a frente com cor...

Ela é toda energia...

O diretor de atores, o Tó Melo, diz que eu emprestei uma parte da minha energia à Deolinda. O que seria muito giro se eu só gravasse uma ou duas cenas por dia. Mas quando é um dia todo nesta energia explosiva... não é fácil. Não tenho idade para isto ( risos). Inspirou- se em alguém para fazer esta mulher?

Conheço tantas ‘ Deolindas’

por aí. É muito fácil.

As pessoas gostam desta mulher?

Muito. As pessoas dizem- me na rua - o que já não acontecia há muito tempo - que quando estão deprimidas ficam cheias de energia ao vera Deolinda. Dizem que até lhes custa menos fazer as tarefas domésticas, como passar a ferro. E para mim, Mafalda Vilhena, issoé muito bom de ouvir. É bom saber que transmito boas energias ...

Foi à Cova da Moura para ganhar a energia do bairro?

Fui um só dia. Andei quilómetro­s lá dentro, apesar de só lá ter estado quatro ou cinco horas. Foi muito giro, e nos estúdios da SP Televisão temos uma réplica perfeita...

O Pêpê Rapazote está a gostar deste seu desafio?

Ele só acha que eu devia ter umas calças mais jeitosinha­s ( risos). Ele diz que não fazem jus ao meu “supercorpo” ( risos). É o que ele diz.

E as suas filhas?

Elas não veem a novela. A pequenina, Leonor, não vê porque passa tarde. E ela só tem nove anos. A mais velha [ Júlia] diz que não tem tempo. Está muito ocupada com a Netflix e a série ‘ Riverdale’ ( risos). Tem 13 anos... mas é muito querida, porque quando coloco algumas imagens ou vídeos nas redes sociais, vem logo dizer- me que colocou um ‘ like’ e que eu estava muito gira. É assim... para ela eu já fui...

É estranho?

Um bocadinho... Ela tem mais que fazer. Mas depois tem muito olho para pequenos detalhes. Quando vê os vídeos repara na maquilhage­m, na roupa que uso...

Como é ter uma filha adolescent­e?

Eu estou a adorar. Mesmo! Além disso é uma querida. A Leonor, que é mais pequena, é mais barulhenta.

Como assim?

Não pára! E já fez uns oito ou nove desportos. Passo a vida a pagar seguros para ela fazer os desportos que gosta. Agora está no ki ckboxing. Mas está na vida dela. E é muito giro, porque ainda é uma vida cheia de magia, sempre muito colada a mim... o que eu adoro ( risos).

Elas gostam da profissão dos pais?

Acham tudo engraçado... E percebem que somos felizes a fazer o que gostamos. E é engraçado porque para nos imi-

O PÊPÊ DIZ QUE A DEOLINDA DEVIA USAR CALÇAS MAIS JEITOSINHA­S. AS QUE ELA

USA NÃO FAZEM JUS AO MEU “SUPERCORPO” ESTOU A ADORAR TER UMA FILHA ADOLESCENT­E [ 13 ANOS].

ELA É MESMO UMA QUERIDA. A MAIS PEQUENA É MAIS BARULHENTA

tar, a mais pequena, por exemplo, anda sempre com textos atrás como eu e o Pêpê andamos. Diz que está a estudar ( risos). E ninguém lhe diz o contrário. É muito fofo.

O Pêpê Rapazote esteve a gravar a série norte- americana ‘ Narcos’ ( Netflix). Ele está cá agora...

( interrompe) E está ele agora a cuidar das filhas! Que não posso ser sempre mãe solteira...

É diferente tê- lo tantas vezes fora do País?

Não, porque quando ele gravava novelas em Portugal também quase que não o via, porque gravava muito. Por

isso, ele estar cá ou lá fora... vai dar ao mesmo. Aliás, até namoramos mais quando ele está fora. Mas é normal... quando nós ficamos sem uma coisa é quando a queremos mais ( ri sos). Mimamo- nos mais e estimamo- nos mais. Recentemen­te, no ‘ Alta Definição’, ele teceu- lhe vários el ogi os, di zen do mesmo n ã o s a b e r vi ve r s e m s i . Como foi ouvir todas aquelas revelações?

Gostei imenso. Já sabia isso tudo ( risos). Para quem conhece o Pêpê... ele estava mesmo ali. Ele é uma pessoa bonita. Custa- lhe muito quando ele está fora e tem de ficar em Portugal sozinha?

É violento. Não o nego. Ao princípio disse para ele i r [ participar em ‘ Narcos’], que não devia hesitar, mas depois só me apetecia baterlhe porque, de repente, vi- me impedida de gravar, de trabalhar, por estar sozinha... Teve de recusar projetos? Si m.. . Mas eu sabi a que as miúdas precisavam de

O PÊPÊ SÓ PODE IR EM FRENTE COM UMA BOA ESTRUTURA FAMILIAR. PARA ELE IR TIVEMOS VÁRIAS REUNIÕES DE FAMÍLIA POR SÓ ESTAR CÁ EU, PARA O PÊPÊ PODER GRAVAR NO ESTRANGEIR­O

VI- ME, POR VEZES, IMPEDIDA DE GRAVAR, DE TRABALHAR

mim. E nessas alturas só me apetecia bater- lhe. Mas percebi que ia ser assim...

Teve de ser uma mulher muito forte...

Eu odeio a frase: “Por detrás de um grande homem está uma grande mulher.” I sso é uma frase que se dizia há 80 anos, quando as mulheres não podiam trabalhar. Mas ele só pode ir em frente se tiver uma boa estrutura por detrás, em especial uma boa estrutura familiar, que tem de ser muito forte. Para ele poder aceitar convites e fazer o que tem feito lá fora ti- ve mos d e t e r mui t a s re u - niões de família...

A Mafalda nunca sonhou em também conquistar outros mercados?

Só não avancei porque não tem nada a ver comigo. Eu não preciso de muito mais do que o que tenho agora para estar bem. E o Pêpê é um cidadão do Mundo.

Mostra ser sempre uma mulher cheia de energia, sem papas na língua...

Mas na realidade eu gosto muito de me proteger. E as personagen­s são ótimas para isso. Não se trata de timidez.

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