UMTALHA ROBUSTO
PEDRO BAPTISTA RECUPEROU TALHAS CENTENÁRIAS
QUALQUER DIA 1 SERÁ INTERESSANTE PERCEBER quantos vinhos de talha nasceram, digamos, nos últimos 2 ou 3 anos.
E isto porque uma categoria com muita tradição no alentejo estaria, na opinião de muitos, condenada a uma nota de rodapé na história contemporânea do vinho alentejano. Mas como a excessiva padronização dos vinhos nacionais exige novidade para atrair os consumidores, a técnica da talha funcionou muito bem.
Claro que, como seria de esperar, muita criatividade nas adegas faz com que haja vinho de talha para todos os gostos e feitios, o que deixa muita gente de Vila Alva, Cuba, Vidigueira e arredores a torcer o nariz a alguns vinhos que chegam às prateleiras. Contudo, convém deixar escrito que a CVR Alentejana tem normas específicas para garantir que os produtores destes vinhos tenham lisura na produção dos mesmos.
Ora, uma das mais recentes novidades neste domínio é este Cartuxa Talha Bio 2017, que resulta de um trabalho cuidado do enólogo Pedro Baptista na recuperação de 29 talhas centenárias ( revestimento de pez no seu interior). Com estas fez um branco e tinto. Enquanto o primeiro resulta de um lote vasto de castas, o tinto é feito apenas com A li canteBouschet.E isto, desde logo,é suficiente para sentirmos que esteé um vinho de talha que foge ao padrão.
Não é que não se sintam as notas de fermentação em talha, mas é um vinho muito concentrado, quer na cor quer nos sabores, com destaque para a fruta bem madura. Então quando se chega ao álcool é que as coisas doem ( 14,5%). Entendemos que alguma moderação seria bom conselho, mas se o mercado gosta...
FUNDAÇÃO EUGÉNIO DEALMEIDAJUNTA- SE ÀONDA DOS VINHOS QUE REVIVEM A HISTÓRIA ALENTEJANA UM VINHO QUE NÃO SEGUE A COMPONENTE CROMÁTICA ABERTA DE UM TALHA CLÁSSICO