O paraíso fica para os lados de Sintra
ACONTECE TODOS OS ANOS EM SINTRA UM EVENTO chamado Porto Estravaganza que, tivesse ele sede em Nova Iorque ou Londres, seria tema de cobertura e muito destaque dos mais importantes jornais destes países, assim como seria palco de circulação de políticos com visão prospetiva dos interesses das suas economias. Mas, por cá, o evento que Paulo Cruz ( Bar do Binho) realiza todos os anos em Sintra parece não despertar interesse por parte que quem gere os destinos da nação. Em inúmeras edições nunca vi um ministro da Agricultura, da Economia ou de outras áreas da governação ( e quem diz ministros diz secretários de Estado, diretores- gerais e por aí abaixo). Nada.
É certo que Paulo Cruz não tem por hábito meter- se em bicos de pés para se promover e até prefere e s t a r ro d e a d o d e gente que tem paixão genuína pel os nossos grandes vinhos generosos ( Porto, Madeira e Moscat éi s) , mas re gi sto com alguma tristeza que gente que deveria promover o que temos de único no mundo não tenha o mínimo interesse em participar nas melhores masterclasses sobre tais vinhos, com enólogos e empresários que fariam encher salas nas tais capitais europeias.
Participar em cada evento do Porto Estravaganza não é apenas participar em mais um prova de vinhos. É conhecer e aprender a provar coisas raríssimas e - acima de tudo - conhecer a história do país.
Nós queixámo- nos da dificuldade em convencer as novas gerações ( as nossas e as estrangeiras) a consumir civilizadamente vinho do Porto. O problema é de solução complexa, mas está de ver que se formos esperar por um pingo de sensibilidade dos nossos responsáveis políticos estamos bem amanhados.
O PODER POLÍTICO REVELA POUCO INTERESSE PELOS NOSSOS VINHOS GENEROSOS