Correio da Manha - Boa Onda

“ESTE DISCO É UMACURA” FOI EM REGIME DE ISOLAMENTO QUE FRED COMPÔS AS MÚSICAS: UM OLHAR SOBRE A VIDA COM O AMOR EM PANO DE FUNDO

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Há alguns anos que se ouvia falar do disc o d e e s t r e i a d o Fred, mas ele só chega agora. Porquê tanto tempo? Porque o primeiro disco que idealizei não era o que eu precisava. Fiz muitas músicas, mas em nenhuma delas tinha chegado ao ponto que queria. No verão do ano passado senti necessidad­e de olhar dentro de mim, arrumar o meu coração e cuidar mais de mim. E foi seguindo esta ideia que de repente dei por mim embrulhado no meio deste disco com muitas músicas e muito tempo de isolamento pelo meio.

É um disco de reflexão!

Sim. Este disco nasceu muito da minha necessidad­e de pensar na forma de estar na vida e na forma de nos conseguirm­os equilibrar.

E desse processo de introspeçã­o, o que é que descobriu sobre si?

Descobri que não cuidei muito de mim nos últimos anos. Isso quer dizer o quê?

Quer dizer que se calhar trabalhei demais.

Trabalhou de mais para os outros?

Não. Ninguém tem culpa disto [ risos]. Eu adoro tocar com toda a gente, com músicos diferentes e quero continuar a fazê- lo, mas percebi que não me dava muita atenção a mim e ao meu coração. E de repente parece que a vida estava a passar rápido. Eu acho que é normal uma pessoa chegar a um ponto da vida e perguntar- se sobre o caminho que percorreu.

Em que é que o Fred a solo é diferente d o F r e d q u e c o n h e c e m o s em grupo? Eu sempre coloquei o meu coração de forma apaixonada em tudo o que fiz, só que desta vez tive de me entregar em tudo, não foi só na bateria ou na produção, foi em todos os aspetos do disco. Por isso, o que as pessoas podem sentir a ouvir este álbum foi provavelme­nte o que

“SEMPRE COLOQUEI O

MEU CORAÇÃO DE FORMA APAIXONADA EM TUDO O QUE FIZ”

eu sen t i a o fa zê- l o. Houve momentos em que estive muito perdido.

E como é que para si esta coisa de, pela primeira vez, dar a cara por um projeto que é só seu e da sua inteira responsabi­lidade?

É uma novidade, mas é algo que me faz crescer e pôr tudo cá para fora. Claro que estou mais ansioso do que nunca, porque tenho medo de não responder às expectativ­as, mas estou a trabalhar muito para apresentar um concerto bonito. H a v i a a l g u é m q u e dizia que

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