Os media e as eleições
O RESULTADO REFORÇA PS: APOIO DA IMPRESA E CONTROLE DA RTP
O grupo da SIC e do Expresso, Impresa, apoiou sempre o PS, dentro daquela maneira tão portuguesa de parecer independente. Favoreceu o PS, humilhou o PSD. A TVI, apesar de dirigida na informação por um amigo de Sócrates, foi mais comedida.
Também a RTP, no mesmo modelo, foi arranjando maneira de favorecer o PS. No dia da quase-agressão de Costa a um cidadão, a RTP meteu o repórter no comboio com Costa e deu-lhe boleia mediática. Minutos preciosos, que não deu aos outros. Na RTP, as eleições terão sequelas: a geringonça, em especial o PS, reforçará o controle, onde já tem a Direcção de Informação, dirigida pela sua irmã por afinidade, Maria Flor Pedroso, e pelo seu operacional dos corredores António José Teixeira.
A noite eleitoral dos canais generalistas correu bem nos resultados, mas deu palco aos mesmo comentadores de sempre. A configuração do parlamento vai mudando devagar, mas os hemiciclos em estúdio são uma estátua de pedra do e ao sistema. As primeiras sondagens pré-eleitorais, com uma enorme diferença entre PS e PSD, permitiram ao perdedor Rio o absurdo de dizer que “ganhou” às sondagens (que vitória!). Ao menos, perante a hecatombe do CDS, Cristas saiu de cena dignamente.
Que estranho: a SIC faz os Globos de Ouro, mas os próprios Globos não interessam para nada. O que conta: vestidos, a ex-apresentadora, um ou dois discursos — e mais vestidos e decotes. O programa é a sua própria mensagem, não os prémios.