Despique de formatos estrangeiros
OS PROGRAMADORES NÃO CONSEGUEM CRIAR PROGRAMAS PORTUGUESES?
‘The Voice’ é o programa acabado do tele-entretenimento actual. Desde os anos de 1940 os vocalistas populares empurraram os instrumentistas para segundo plano. Só contam as vozes. O programa junta-lhes júri, concurso, drama, emoções, público.
A edição de domingo confirmou a globalização da música popular: quase todos cantaram em inglês e passaram; um em castelhano, e passou; dos três que cantaram em português, dois chumbaram. O júri, fofinho, não se cala durante as actuações.
Quanto a audiências,‘The Voice’, que poderia chamar-se A Voz, é o programa que ‘salva’ os domingos da RTP1, quase alcançando os “divorciados à primeira vista” da SIC. Com ‘Masterchef’ na TVI, enfrentam-se três formatos da TV privada estrangeira.
Nuno Artur Silva secretário de Estado do Cinema, Audiovisual e Media: um escândalo, após o seu percurso suspeito na RTP, que levou o CGI da empresa a afastá-lo dum segundo mandato na Administração. O PS fere a democracia com o amiguismo.
Catalunha: um caixote do lixo incendiado por provocadores tem mais tempo em directo do que uma manifestação pacífica com centenas de milhar. Umas dúzias de provocadores, que beneficiam Madrid, enevoam a ofensa que sentem milhões de catalães.
Se em Portugal se faz censura mansa ao jornalismo de investigação na RTP e TVI, também em democracias maduras, como a Austrália, os media são cada vez mais pressionados, mas lutam. Uniram-se agora, trazendo a campanha às primeiras páginas.