Correio da Manha - Boa Onda

Francisco Penim MUITO PARA CONTAR

O JORNALISTA ACABA DE LANÇAR O SEU SEGUNDO ROMANCE E TEM OUTROS NA MANGA. `ESTA ALMA DURA' É A HISTÓRIA DE UM CROCODILO QUE ENSINA OS HUMANOS A TER CORAÇÃO

-

Francisco Penim tem um romance novo nos escaparate­s. ‘Esta Alma Dura’ (Guerra & Paz) sucede, em pouco tempo, a ‘Primeiro Sendo’ (Chiado Books) e o autor garante que já tem mais três livros em preparação. O terceiro já vai a meio, o quarto e o quinto estão “na cabeça”. E, no entanto, com a estreia literária aos 49 anos, ele próprio admite que não foi um autor precoce... “Quando tinha 16 anos, lembro-me de escrever contos de duas ou três páginas e de os mostrar aos meus amigos. Ainda os tenho e, no entanto, desde aí nunca mais me passou pela cabeça voltar a escrever ficção. Tudo isto começou quando a minha primeira editora me desafiou a escrever. Fosse o que fosse, demorasse o tempo que demorasse. E, assim que comecei, percebi logo que tinha mais histórias para contar”, diz o jornalista.

Se o primeiro romance demorou três anos e meio a terminar, o segundo foi feito em “apenas” sete meses – até porque o autor diz ter adotado uma nova forma de disciplina. “Desta vez obriguei-me a escrever. Mesmo quando não me sentia pronto, escrevia. Nos dias bons, escrevia muito, nos maus, escrevia um parágrafo... E aceitava isso. Com naturalida­de.”

‘Esta Alma Dura’ conta a história de dois casais que se cruzam. Um é do Alentejo, o outro do Barreiro. Um animal de sangue frio – um crocodilo – vai uni-los de forma inesperada, tocar-lhes o coração e transforma­r-lhes as vidas para sempre. Francisco Penim diz que a história foi inspirada num episódio que o pai lhe contou, em miúdo. “O meu pai é do Barreiro e ao longo da minha vida contou-me muitas histórias da vida dele naquela cidade. Um dia contou-me esta: em tempos, houve um homem que trabalhava numa loja de cintas em Lisboa e a quem um empregado, vindo de África, trouxe um crocodilo. Isto ficou-me. Não sei o que aconteceu ao bicho, mas decidi desenvolve­r a história...”

Por isso, Francisco Penim dedica o livro ao pai e diz que este é o romance que o progenitor poderia ter escrito. Se não tivesse 87 anos e “outras coisas para fazer”. E tal como aconteceu com ‘Primeiro Sendo’, escreveu ‘Esta Alma Dura’ a pensar, antes de mais, no público feminino. Porque lhe apetece escrever sobre o amor. E nada mais. “Sei que esse é o meu nicho”, justifica. “E digo sempre isto: os meus livros devem ser lidos primeiro pelas mulheres – e só depois pelos maridos. É assim que deve ser. Aliás, a minha mãe foi a primeira pessoa a ler este romance. Leu-o mesmo antes do próprio editor...”

“A MINHA MÃE FOI A PRIMEIRA PESSOA A LER ESTE ROMANCE. LEU-O MESMO ANTES DO PRÓPRIO EDITOR”

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal