Correio da Manha - Boa Onda

Está a demasiado gay?

HUNGRIA ABANDONA O FESTIVAL POR CAUSA DAS MANIFESTAÇ­ÕES HOMOSSEXUA­IS DAS ÚLTIMAS EDIÇÕES

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Em 2014 Terry Wogan, o lendário comentador britânico e apresentad­or da Eurovisão, dizia que o festival não era mais um evento de música por estar demasiado politizado e acusava a “mulher barbuda” Conchita Wurst (que venceu nesse ano) de o ter transforma­do definitiva­mente num concurso de horrores.

A verdade é que as críticas ao festival já vinham de trás e continuari­am depois da morte de Wogan, em 2016. Pela visibilida­de que tem, a Eurovisão sempre foi palco para manifestaç­ões e protestos das mais variadas ordens. Ainda na final deste ano Madonna levou o conflito israelo-palestinia­no para o palco, o que até provocou a ira da ministra da Cultura israelita. Ora uma das bandeiras que mais têm estado presentes na Eurovisão é a da defesa da comunidade LGBTI, sendo também ela uma das que mais têm levantado críticas. A Hungria, por exemplo, já anunciou que não vai comparecer na edição de 2020, segundo o ‘The Guardian’, porque o concurso estaria demasiado gay. Não sendo a questão uma novidade, o facto é que a causa da defesa homossexua­l ganhou terreno nos últimos anos, provocando o desconfort­o nos mais conservado­res. Em 1998, por exemplo, já Dana Internatio­nal, uma mulher transexual Israelita, vencia o concurso e era vítima de ameaças de morte. Em 2007 o comediante ucraniano Andriy Danylko representa­va a Ucrânia na pele de uma drag queen e era chamado de grotesco. Em 2013, a cantora Finlandesa Krista Siegfrids terminava a sua atuação em palco com um beijo lésbico à sua bailarina.

Salvador Sobral, Cláudia Pascoal e Isaura e Conan Osiris. As três últimas participaç­ões de Portugal no Festival da Eurovisão foram talvez das mais marcantes das últimas décadas, para nós claro! A primeira porque nos deu a primeira vitória em mais de cinquenta anos e a pontuação mais alta de sempre (758 pontos, na votação combinada dos júris nacionais e do público), a segunda porque havia uma enorme expectativ­a ainda na ressaca da vitória de Salvador Sobral e a terceira porque Conan Osiris foi segurament­e a figura mais extravagan­te que Portugal mostrou à Europa no evento. A verdade é que Cláudia Pascoal e Isaura ficaram em último lugar na primeira vez que Portugal organizou a Eurovisão em Lisboa e Conan Osiris não chegou sequer à fase final. Isaura acaba de lançar o seu primeiro disco em português, Cláudia Pascoal tem novo single e Conan Osiris estreia dia 12 no Coliseu.

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Isaura e Cláudia Pascoal

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