Elas não matam mas moem
AS HISTÓRIAS MAIS PESSOAIS ESTÃO AGORA NO TEATRO ARMANDO CORTEZ
Em maio do ano passado, uma pesquisa sobre saúde mental no meio musical, realizada por uma plataforma de distribuição digital sueca chamada Record Union, revelava resultados preocupantes. O estudo indicava que 73% dos 1500 músicos questionados sofriam de depressão, ansiedade e ataques de pânico, curiosamente sintomas muitos semelhantes aos que levaram Raquel Tavares a anunciar recentemente o final da carreira.“É hora de colocar o estado mental dos nossos artistas na agenda, antes dos streams e do sucesso comercial”, dizia um dos responsáveis pelo estudo. Mais grave ainda, 50% dos músicos revelavam que se automedicava com remédios, álcool e drogas (as mortes de nomes como Chris Cornell, Chester Benington, Avicii, Keith Flint, entre outras, todas por meio do suicídio, encarregam-se, por seu turno, de manter sempre a questão da depressão no meio artístico na ordem do dia). Mas há muitas outras maleitas que atingem o meio musical. Alguns estudos provam mesmo que os músicos estão expostos a potenciais problemas de saúde, seja por más práticas, stress ou negligência do corpo. Um dos problemas mais comuns, por exemplo, é a perda de audição total ou parcial que já atingiu, por exemplo, Eric Clapton ou Phil Collins. Por cá, o baterista Kalu perdeu 20 por cento de audição num dos ouvidos depois de um concerto dos Xutos em 2004. Mas há mais: zumbidos, danos vocais (Adele, Elton John, Björk, Shakira, Miley Cyrus ou Celine Dion são alguns exemplos), tendinites, distonia (espasmos neurológicos), desidratação (em 2009, Amy Winehouse teve de ser internada) ou exaustão são apenas alguns dos problemas. Elas não matam mas moem.
EM 2004, KALU DOS XUTOS PERDEU VINTE POR CENTO DA SUA AUDIÇÃO
As vaginas continuam a confessar-se, agora no Teatro Armando Cortez, em Lisboa, e com outro elenco. ‘Monólogos da Vagina’ conta com Carla Andrino, Vera Kolodzig e Teresa Guilherme e prepara-se para pôr todos a rir e a falar de sexualidade.
Teresa Guilherme, que “não fazia teatro há três anos”, está muito feliz com este novo projeto. “Porque é uma peça que fala da sexualidade das mulheres, dos prazeres, das vaginas, numa conversa amena com as amigas, que na realidade é o público”, conta. “Acho uma peça super interessante porque permite abrir mentalidades e acaba um bocadinho com alguns tabus”
Os ‘Monólogos’ estarão apenas um mês no teatro Armando Cortez, seguindo depois em digressão. “É o que mais gosto neste tipo de projetos: visitar várias casas, vários locais. Além de mostrarmos a peça, podemos conhecer outras terras”, confessa Teresa.