Exposição mostra traços da cultura
EXIBIÇÃO COM 85 PEÇAS DE DIFERENTES NATUREZAS RESULTA DE UMA INICIATIVA DO PRIMEIRO-MINISTRO, EM PARCERIA COM O MUDE. PARA VER TODOS OS PRIMEIROS DOMINGOS DE CADA MÊS
Aresidência oficial do primeiro-ministro, em São Bento, Lisboa, abre as portas ao design português com uma exposição em que estão patentes 85 obras. ‘Design em São Bento - Traços da Cultura Portuguesa’, uma iniciativa que partiu de António Costa, disponibiliza acesso ao público no primeiro domingo de cada mês.
O primeiro-ministro teve a ideia em 2019 e foi contactado o Museu do Design e da Moda (MUDE) para ser firmada uma parceria. A mostra integra peças do século XII ao XXI, que vão do mobiliário à luminária, dos objetos decorativos aos científicos. Explica a curadora, Bárbara Coutinho, diretora do MUDE, que “espelham um entendimento de design muito abrangente”. Estão patentes trabalhos de Almada Negreiros, Álvaro Siza, Vhils, Daciano da
Costa e Maria Keil, entre outros. No total são 41 artistas, numa iniciativa que também envolve a Câmara de Lisboa e que conta com a colaboração de empresas, designers, museus e coleções privadas.
PERMANENTE DIÁLOGO
Ao ser estabelecida esta parceria, a mostra passou a integrar-se na estratégia do “MUDE fora de portas”. Na origem está um conceito que é a “capacidade inata de o homem transformar a realidade à sua volta”, sendo disso exemplo um trilho de debulhar cereais, pertencente ao Museu Nacional de Etnologia, colocado na parede da sala de jantar. Outro conceito é o diálogo entre a seleção de peças e outras já existentes, “que fazendo uso de materiais como o vidro, a pedra, a tapeçaria ou a cortiça dão uma visão de portugalidade num sentido mais amplo”, acrescenta Bárbara Coutinho.
Numa visita guiada iniciada pela sala de jantar, a diretora do MUDE destaca o trilho de alfaia agrícola colocado na parede, que representa a referência a uma cultura rural, ao campo e à funcionalidade, uma peça que é anterior à romanização. Por
baixo do trilho foi colocado um contador da autoria de Filipe Alarcão, um objeto recente lembrando as dos séculos XVI e XVII. Noutra parede está presente uma tapeçaria representativa de corais vivos, da autoria de Vanessa Barragão, que usa desperdícios de fábricas de tapeçaria.
Já a Sala de Espera, ou dos Embaixadores, conta com um tapete de Beiriz, com o seu ponto tradicional, e duas cadeiras de madeira estilizadas, um trabalho com a assinatura de Around the Tree.
A exposição está patente durante 18 meses. Visitas são guiadas e gratuitas.