Correio da Manha - Boa Onda

“NÃO SINTO FALTA DOS ANOS 80”

OS COCK ROBIN, UMA DAS MAIS EMBLEMÁTIC­AS BANDAS DA POP, ATUA EM PORTUGAL DIA 13 DE MARÇO, NO COLISEU DE LISBOA, E DIA 14 NO COLISEU DO PORTO. O ÊXITO FALOU COM ICÓNICO VOCALISTA PETER KINGSBERY

- Cock Robin

Que concerto está a preparar para este regresso a Portugal? Primeiro que tudo, os Cock Robin vão aparecer em palco com novos elementos. Acho que Portugal vai ver um espetáculo mais rock do que da última vez. Eu próprio voltei de novo a tocar baixo. Vamos apresentar o nosso novo disco, mas também muitos dos grandes sucessos. Como dizem os americanos, “It’s a good ride” (é um bom passeio).

Que relação tem com sucessos como ‘Just Around The Corner’ ou ‘The Promise You Made’? Nunca se cansou de os tocar?

Vou pôr as coisas nestes termos: quando tenho de fazer duas horas de espetáculo, é bom ter estes temas para tocar. Nunca pensei se estava ou não cansado de os cantar. Quando chega a hora, eu canto-os com a mesma vontade como quaisquer outros. Em palco tento dar o melhor espetáculo possível a quem pagou para me ouvir. Só posso sentir-me agradecido por as pessoas as conhecerem.

Quem são os fãs dos Cock Robin que aparecem hoje nos concertos? [risos] Bem, eu nos anos 80 já via pessoas nos meus concertos que tinham idade para ser meus avós. Os Cock Robin sempre foram uma banda para toda a família, mas claro que hoje me deixa muito feliz quando vejo caras novas.

Que prazer é que ainda consegue tirar do palco depois de quase quarenta anos de carreira?

O meu grande prazer neste momento é ser apenas um músico, tocar com outros instrument­istas, funcionarm­os e soarmos como uma banda. Nós não estamos agarrados a computador­es, tocamos realmente os nossos instrument­os, ensaiamos e tentamos fazer o melhor que sabemos. Sou muito feliz por ter chegado a este ponto da minha vida e

ainda ser um músico reconhecid­o.

Sente saudades dos anos 80, quando a música era uma coisa menos imediata e, por ventura, mais apreciada? Às vezes penso nisso. Eu vivia em Los Angeles quando apareceu o iPod. Via os miúdos na rua com um aparelho na mão a abanar a cabeça e lembro-me de ter comentado: então é assim que as novas gerações vão passar a ouvir música! Eles nem se dão ao trabalho de parar para apreciar o que estão a ouvir. Para mim, esse foi o princípio do fim. Mas eu não posso dizer que sinta falta dos anos 80. Claro que se perderam muitas coisas, mas a música continua a ser algo de maravilhos­o. Não sei para onde caminhamos, mas temos que esperar para ver.

“A MÚSICA CONTINUA A SER ALGO DE MARAVILHOS­O. NÃO SEI PARA ONDE CAMINHAMOS, MAS TEMOS DE ESPERAR PARA VER”

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