Cláudia Pascoal “NUNCA PENSEI TER UM DISCO”
A INTÉRPRETE QUE LEVOU PORTUGAL À EUROVISÃO EM 2018 JÁ TEM PRONTO O SEU PRIMEIRO DISCO, AINDA SEM DATA PREVISTA DE EDIÇÃO. O ÊXITO FOI OUVI-LO E FALAR COM A CANTORA
Qual é o sentimento de ver o seu primeiro disco chegar às lojas? É estranho mas estou muito feliz. Nunca pensei ter um disco meu, quanto mais com músicos que admiro desde criança e dos quais tive posters no quarto.
Como é que se foi juntando esta gente toda: Tiago Bettencourt, David Fonseca, Joana Espadinha, Samuel Úria ou Pedro da Silva Martins?
Uma coisa que eu defini logo foi fazer um disco em português, o que para mim já era uma novidade. O passo seguinte foi encontrar a pessoa que me guiasse e essa pessoa foi o Tiago Bettencourt, com quem fiz o primeiro single. Comprometi-me em seguida em escrever metade do disco, sabendo que nunca o conseguiria fazer inteiro. Por isso escolhi alguns dos músicos que ouço, entre eles o David Fonseca e o Samuel Úria. Para meu espanto todos eles aceitaram, nem sei bem como.
E todos foram brifados?
Sim porque eu não deixo nada fora do controlo [risos]. O Samuel e a Joana já me conheciam e acho que a coisa foi mais fácil. Mas o Pedro da Silva Martins, por exemplo, não me conhecia de todo. Um dia ligou-me, fez-me várias perguntas ao telefone e no final disse-me: “ok! Já sei exatamente como é que tu és!”. Acabou a fazer-me uma música que é a minha cara.
E as suas canções? Como é a Cláudia Pascoal autora e compositora?
Eu não sou uma pessoa que componha muito e por isso não sinto aquele angustia de escrever ou falta de inspiração, comigo as coisas resultam naturalmente. Geralmente escrevo no momento. Às vezes até é um processo que me ajuda a resolver coisas comigo própria.
E nunca faltam as palavras?
Às vezes acontece. Eu vivo com uma amiga que faz revisão de trabalhos e às vezes lá grito para ela: “Rita diz-me um sinónimo!”. Acho que nos créditos deste disco devia aparecer letras de Cláudia Pascoal com Rita Esteves.
A última vez que o grande público ouviu falar na Cláudia Pascoal foi no Festival da Canção, há dois anos. O que acha que ganhou?
Foi uma escola. A minha mãe diz-me que só agora é que fica feliz por eu ter ido ao festival. Na altura diz que foi horrível
Ficou desiludida com classificação? Não com a classificação, mas comigo, porque fiquei com o sentimento de que deixei ficar mal o meu país. Isso deixou-me muito mal na altura, mas já passou.
“ESCREVO NO MOMENTO. ÀS VEZES ATÉ É UM PROCESSO QUE ME AJUDA A RESOLVER COISAS COMIGO PRÓPRIA”