Correio da Manha - Boa Onda

O carinho por Marcantóni­o

ATOR DE `TERRA BRAVA' FAZ UM BALANÇO DA TRAMA DA SIC E REVELA OS SEGREDOS POR DETRÁS DO SUCESSO. PORTUGUESE­S TÊM VIVIDO DORES DA SUA PERSONAGEM E AJUDAM-NO. “ESTÃO DO MEU LADO”, GARANTE

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ATOR SOMA TRÊS DÉCADAS DE VIDA ARTÍSTICA

Esteve dois meses sem gravar ‘Terra Brava’ (SIC), mas a novela continuou a ser transmitid­a e com grandes audiências. A que se deve o interesse do público?

É uma boa história. As personagen­s estão muito bem escritas. O elenco também foi escolhido a dedo pela SIC e pela SP Televisão. Acho que tem tudo o que uma novela precisa para conquistar o público.

Na rua, abordam-no muito a propósito da sua personagem, o André?

Agora não, porque não tenho saído muito. Antes sim, e não era pouco. Mas já estou habituado. Há muitos anos que tenho tido a sorte de o grande público gostar dos meus desempenho­s e acarinhar o que eu faço no palco ou na televisão.

O André é um homem viveu uma situação dramática ao ser traído pela companheir­a e pelo amigo/colega de trabalho. Acha que o público se identifica com esta realidade?

Estão quase todos do meu lado [risos].

Viveu em Itália na infância e adolescênc­ia. Mantém alguma ligação ao país?

A minha família, os amigos de infância, a minha cidade Viareggio, na Toscana, onde se faz a melhor pizza do Mundo, a Fiorentina, as férias de verão...

Algum dos seus familiares foi atingido pelo surto do coronavíru­s?

Tenho muitos tios, primos, sobrinhos. Mas, felizmente, estão todos bem.

Está a celebrar três décadas de vida artística. Que significad­o tem esse marco?

Significa respeitar muito o público para quem trabalho. Saber que as palmas no fim são a grande recompensa que se pode ter mas que não são para qualquer um. O público em Portugal, ao contrário do que muita gente pensa, é extremamen­te exigente e merece que sejamos muito sérios no que fazemos em cima de um palco ou em frente a uma câmara.

Costuma avaliar o seu percurso e o que conquistou nos últimos anos?

Sei que nada é garantido. O sucesso não se ganha. Vai-se conquistan­do e não é o mais importante para mim. O que conta é saber que fiz sonhar alguém com uma cena que fiz em ‘Terra Brava’ ou na peça que estou a ensaiar no teatro. É isso que tento ensinar aos meus alunos. Que não deixem de sonhar e que façam com que os outros sonhem com eles.

Hoje sente-se realizado, pessoal e profission­almente?

Sinto. Mas não me fico por aqui. Já plantei uma árvore, já escrevi várias peças de teatro e agora vou ser pai. Mas quero muito mais da vida. Só estamos aqui uma vez, certo? Por isso é de aproveitar.

O que é que se segue?

Só quero que tudo volte ao normal. Que possa convidar amigos para uma jantarada. Que a minha filha - quase a nascer possa brincar na escola com os colegas.

Que eu possa voltar a fazer grandes caminhadas no Alentejo.

Que outros projetos tem a curso?

Vou estrear em setembro a peça ‘Amado Monstro’ de Javier Tomeo, no Teatro da Trindade [em Lisboa]. Entretanto, estou a pensar em retomar o meu trabalho como formador, já em meados de setembro.

“TENHO TIOS, PRIMOS E SOBRINHOS EM ITÁLIA MAS NÃO FORAM ATINGIDOS PELO

VÍRUS, ESTÃO TODOS BEM”

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