“HÁ RECEIOS NAS GRAVAÇÕES”
A VIVER ALFREDO EM `QUER O DESTINO' (TVI), ATOR CONTA COMO TEM SIDO RETOMAR OS TRABALHOS APÓS O INTERREGNO DE DOIS MESES DEVIDO À COVID-19 E DESVENDA OS SEGREDOS POR DETRÁS DA SUA PERSONAGEM
Retomou há cerca de três semanas as gravações de ‘Quer o Destino’. Como tem sido a adaptação à nova realidade?
As gravações recomeçaram com todos os cuidados. Há muitos receios, porque se uma pessoa da equipa ficar contaminada, pode contaminar os outros. Se um dos atores fica contaminado, as gravações podem parar outra vez. Além dos receios por causa da saúde, há os anseios da possível paragem dos trabalhos. É muito complicado porque a novela está no ar, com episódios fechados, mas não os suficientes para estarmos à vontade.
O que é que mudou exatamente?
Há os cuidados que se tem de ter, há cenas adaptadas. as de proximidade ainda não estamos a fazer, mas por muita adaptação que haja, vamos ter de as fazer.
A pandemia será retratada na novela? Não, até porque a história já estava escrita, é uma adaptação. Há uma parte que os argumentistas podem criar, mas não vamos incluir a pandemia.
Ter realizado o teste à Covid-19 deixou-o mais à vontade?
Fiquei mais descansado, até porque não fazia ideia se estava contaminado ou não. Há muita gente assintomática. Se eu estivesse contaminado, possivelmente o resto da família também estaria.
Estar dois meses parado assustou-o? O estar parado não é uma coisa nova para mim. O que é novo é estar toda a gente parada. O não sair à rua e as limitações que o confinamento exigiu também foi novo, não só para mim mas também para os outros.
Como define o Alfredo Caseiro?
Foi um bombom. Eu não queria associar o meu núcleo ao que se chama o núcleo cómico, até porque acho que isso pode fugir à verdade que se pode dar às personagens. São personagens que poderiam existir; se provocam um sorriso, ótimo.
Como é estar na pele de um fadista?
O cantar foi um desafio extra. Quando me falaram nisso pensei que seria uma coisa mais leve, mas tornou-se um desafio. Nunca cantei. Mas tive sessões com um guitarrista. No fundo, foi tentar encaixar a minha voz em determinados fados.
E que balanço faz deste desafio? Tenho ouvido elogios, mais do que estava à espera. Inicialmente olhei com desconfiança porque a história diz que o Alfredo é um cantor. Fazia-me uma bocado confusão se corresse mal, mas para já cola.
O Alfredo vê-se envolvido num triângulo amoroso, com a mulher, Joana (interpretada por Marina Mota) e a admiradora Patrícia (Leonor Seixas). Como é que ele se vai desenvencilhar?
O Alfredo adora a Joana. Ele tem duas paixões na vida, a mulher e o fado, e depois os filhos. A admiração da Patrícia apimenta a história. Ela ficou ‘apaixonada’ quando ele a defendeu do assalto, mas para ele não teve significado. A obsessão dela faz-lhe confusão, mas ele gosta. Enche-lhe o ego, mas o coração dele é da Joana.
Tem visto a novela em casa?
Tenho visto porque é realmente agradável de ver. Há coisas que eu faço que vejo de vez em quando. Esta novela, até pelo confinamento, estou a seguir com atenção.
“A NOVELA ESTÁ NO AR COM EPISÓDIOS FECHADOS, MAS NÃO OS SUFICIENTES PARA ESTARMOS À VONTADE”