Cinco cervejas para a transição
IMPERIAL STOUT NORTADA O aroma é forte quando passa pela garganta, com as primeiras notas de baunilha, chocolate e cereal tostado, mas sem carregar nos açúcares – como deve ser. A graduação alcoólica lembra as cervejas de barril de grande porte, alimentícias e digestivas. A cor escura e densa faz contraste com uma espuma bege que tem um período de vida muito aceitável, protegendo a cerveja. [Imperial Stout. Fábrica de Cervejas Portuense. Álcool 8,5%]
PATINHO
Há cervejas que se mostram abertamente – pela cor, por exemplo. Douradas, são apelos de frescura e nunca devem ser bebidas senão num copo relativamente largo para que sejam vistas. Lúpulo forte, intenso, amargo, como convém a uma American Pale Ale. O mais explosivo é um final de boca com perfume de citrino, o que faz dela uma boa companhia para refeição de bar e com boas doses de sal. [American Pale Ale. Pato Brewing. Álcool 5,8%]
EQUINOX IIPA
Se eu quisesse explicar o que era o lúpulo, provavelmente escolheria esta cerveja alaranjada, cujos aromas são moderadamente florais e primaveris – mas onde a sensação de amargor é intensa, rescendendo a cerveja propriamente dita, muito simples e equilibrada. O que me agrada, no final, é um rasto de citrinos, evocação de polpa e gomos de fruta. As cervejas de Pedro Sousa são uma boa amostra de elegância. [Double Índia Pale Ale. Post Scriptum. ABV 7,5%]
PRAXIS DUNKEL
Há um tom rubi muito atraente nesta cerveja escura. Bem feita, bem temperada, com uma espuma aceitável, e com tons de frutos secos que me parecem estar no ponto (avelãs em ligação com baunilha ou café). Efervescência muito moderada, o que acaba por ser agradável. Esta Praxis tem muito o sentido das proporções; por outras palavras, é uma dunkel muito bem feita, e por vezes imaginamos que estamos em Munique no princípio do século XX.
[Dunkel. Praxis. ABV 5,4%]
1927 JAPANESE RICE LAGER
Não sendo artesanal, tem um ligeiro amargor e um aroma acessível. Deve ser bebida de preferência em copo alto para mostrar como são importantes os elementos marinhos. Esse tom de alga lembra a água do mar à superfície, com uma finíssima camada de sal – ideal para uma refeição em dias claros. Falo da “claridade” porque a cor desta ‘lager’ é de uma leveza extraordinária, o que fica bem numa cerveja fabricada em larga escala. A melhor do género. [Japanese Rice Lager. Super Bock. Álcool 5,1%]
RASTO DE CITRINOS E EVOCAÇÃO DE POLPA