Correio da Manha - Boa Onda

Cinco cervejas para a transição

- POR FRANCISCO JOSÉ VIEGAS

IMPERIAL STOUT NORTADA O aroma é forte quando passa pela garganta, com as primeiras notas de baunilha, chocolate e cereal tostado, mas sem carregar nos açúcares – como deve ser. A graduação alcoólica lembra as cervejas de barril de grande porte, alimentíci­as e digestivas. A cor escura e densa faz contraste com uma espuma bege que tem um período de vida muito aceitável, protegendo a cerveja. [Imperial Stout. Fábrica de Cervejas Portuense. Álcool 8,5%]

PATINHO

Há cervejas que se mostram abertament­e – pela cor, por exemplo. Douradas, são apelos de frescura e nunca devem ser bebidas senão num copo relativame­nte largo para que sejam vistas. Lúpulo forte, intenso, amargo, como convém a uma American Pale Ale. O mais explosivo é um final de boca com perfume de citrino, o que faz dela uma boa companhia para refeição de bar e com boas doses de sal. [American Pale Ale. Pato Brewing. Álcool 5,8%]

EQUINOX IIPA

Se eu quisesse explicar o que era o lúpulo, provavelme­nte escolheria esta cerveja alaranjada, cujos aromas são moderadame­nte florais e primaveris – mas onde a sensação de amargor é intensa, rescendend­o a cerveja propriamen­te dita, muito simples e equilibrad­a. O que me agrada, no final, é um rasto de citrinos, evocação de polpa e gomos de fruta. As cervejas de Pedro Sousa são uma boa amostra de elegância. [Double Índia Pale Ale. Post Scriptum. ABV 7,5%]

PRAXIS DUNKEL

Há um tom rubi muito atraente nesta cerveja escura. Bem feita, bem temperada, com uma espuma aceitável, e com tons de frutos secos que me parecem estar no ponto (avelãs em ligação com baunilha ou café). Efervescên­cia muito moderada, o que acaba por ser agradável. Esta Praxis tem muito o sentido das proporções; por outras palavras, é uma dunkel muito bem feita, e por vezes imaginamos que estamos em Munique no princípio do século XX.

[Dunkel. Praxis. ABV 5,4%]

1927 JAPANESE RICE LAGER

Não sendo artesanal, tem um ligeiro amargor e um aroma acessível. Deve ser bebida de preferênci­a em copo alto para mostrar como são importante­s os elementos marinhos. Esse tom de alga lembra a água do mar à superfície, com uma finíssima camada de sal – ideal para uma refeição em dias claros. Falo da “claridade” porque a cor desta ‘lager’ é de uma leveza extraordin­ária, o que fica bem numa cerveja fabricada em larga escala. A melhor do género. [Japanese Rice Lager. Super Bock. Álcool 5,1%]

RASTO DE CITRINOS E EVOCAÇÃO DE POLPA

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