Correio da Manha - Boa Onda

Teresinha Landeiro “TENTO TRAZER ALGUMA JOVIALIDAD­E AO FADO”

FADISTA LANÇA SEGUNDO DISCO DA CARREIRA. `AGORA' NASCEU DE UM NATURAL PROCESSO DE AMADURECIM­ENTO, MAS TAMBÉM DE UMA VIAGEM MARCANTE REALIZADA AO VIETNAME

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Três anos depois do disco ‘Namoro’, que Teresinha é esta que surge em ‘Agora’?

Este disco sou eu, é escrito por mim e nele aproveito para mostrar como me construí nos últimos três anos. Conheci vários músicos e artistas, outros estilos musicais e houve algumas mudanças na minha vida. Este disco tem duas fases, uma antes e outra depois de uma viagem muito importante que fiz ao Vietname.

Que viagem foi essa?

Foi uma viagem que fiz no verão de 2019 porque estava a precisar de me ir embora. Estava na fase de preparar o disco e ainda não sabia bem o que queria fazer. Tinha um amigo na Indonésia e então decidimos encontrarm­o-nos no Vietname, sem nada marcado, mesmo à aventura. Eu nunca tinha estado na Ásia e descobri também uma Teresa que não conhecia, mais tranquila sobretudo. Essa viagem inspirou-me muito e o que tentei neste disco foi trazer também um bocadinho as pessoas para essa viagem.

E sobre o que é que escreve uma fadista de apenas 25 anos?

O pós-Vietname levou-me a escrever sobre outras coisas que não eu. Acho que consegui sair um bocadinho de mim, para me focar em ‘como é que a Teresinha vê o Mundo’. No fundo, é o olhar de uma fadista de 25 anos sobre o Mundo. Tenho de cantar para as pessoas da minha idade, mas também para as pessoas mais velhas. Esse compromiss­o é o meu grande desafio. Tento trazer alguma jovialidad­e ao fado, mesmo quando as coisas parecem um pouco mais pesadas.

Também já tinha escrito praticamen­te todo o seu disco de estreia. Como é que nasce

“PERCEBI QUE SE ESCREVER AS COISAS QUE CANTO É MAIS FÁCIL DEFENDÊ-LAS E TRANSMITI-LAS”

este desejo pela escrita?

Comecei a escrever aos 13 anos sobre um desgosto amoroso que tive. Naquelas idades, achamos que o Mundo vai acabar. Mas até era uma letra bem-disposta. O que acontece é que rapidament­e percebi que se escrever as coisas que canto é mais fácil defendê-las e transmiti-las, porque as vivia e sentia. Depois, tornou-se uma necessidad­e. Eu não posso dizer que gosto mais de escrever do que cantar, porque estaria a mentir, mas acho que já não existe a Teresinha sem o lado da escrita.

É como é que surgem as palavras certas?

Acho que tudo isto é muito espontâneo em mim. Não sou daquelas pessoas que acorda de manhã altamente inspirada e que de repente vai escrever uma letra. Às vezes as coisas custam a sair, só que quando saem é de rajada [risos].

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