A revolução está em curso
Em Abril, o DJ Don Diablo vendeu um concerto numa ‘pen’ por um um milhão de euros. Foi o primeiro concerto vendido em NFT (non-fungible token), uma novidade que está a revolucionar o mundo digital. É uma espécie de certificado de autenticidade que atesta que alguém é proprietário de um ativo digital único e irrepetível. A novidade já está a gerar negócios multi-milionários como o que aconteceu em Março quando o artista britânico de arte digital Beeple vendeu uma obra por 68 milhões. Os especialistas dizem que a novidade vai voltar a virar o mundo fonográfico do avesso, já que os NFTs são vistos como uma forma dos artistas recuperarem o controle financeiro do que produzem, podendo vender o seu trabalho, material inédito ou limitado a NFTs, recebendo os royalties sem intermédio de distribuidoras, empresários ou editoras (recentemente foi Janet Jackson que assinalou o 35º aniversário do disco ‘Control’ com uma série de NFTs com parte do dinheiro arrecadado para ações de solidariedade). Bem dito, bem feito, por cá, Ana Moura, foi das primeiras artistas portuguesa a render-se à novidade, depois de “romper” com editora e agência de managment (fora da música também Vhils já aderiu à nova ferramenta) . Ana Moura anunciou a boa nova num comunicado em que revelava a necessidade de “um novo caminho” e fazia saber aos fãs: “há um novo mundo digital que possibilita esta relação direta convosco”. Explicava mesmo: “vão poder participar sobre os direitos de parte das minhas músicas que já são vossas quando se tornam a música do vosso casamento, a música de amor entre o neto e a avó ou que vos reconfortou num momento mais triste”. A revolução está em curso.
OS NFTS PODEM VIRAR O MUNDO FONOGRÁFICO DO AVESSO