Como é estranho o novo normal no futebol

Todos nós estamos a aprender. A viver no meio de uma pandemia com a qual não sonhávamos à entrada para 2020. O mundo parecia tão diferente para melhor então, mesmo que já tivéssemos de suportar trastes como Donald Trump ou Bolsonaro. Mal sabíamos nós que as coisas iam ficar piores. O que se passou em Alvalade na passada quinta-feira diz muito sobre o que é este novo normal. Uma equipa com 9 baixas por infeção, o treinador principal em casa pela mesma razão, bancadas vazias porque o Estado ainda assim o exige, mesmo que à mesma hora em Budapeste fosse jogada uma Supertaça europeia com público. Será que ali o vírus é diferente?

É claro que é melhor ter este futebol higienizado do que não ter nada. E que quem está infetado, obviamente, não pode jogar por todas as razões e mais algumas. Mas a verdade é que este desporto que agora jogamos não é aquilo a que chamávamos desporto-rei. É um sucedâneo. Algo que nos ajuda a matar saudades mas não é bem a mesma coisa. Imagino o pesadelo que será a vida dos ultras hoje em dia. E não falo dos do Sporting, em guerra com a direção, com os dois lados incapazes de chegar a uma solução. Falo dos obcecados por futebol, que nem ao estádio podem ir, num fanatismo que antes lhes ocupava todos os dias da semana. É quase como se o tabaco desaparecesse da face da terra e o vício morresse por falta de comparência. Sim, estamos todos a aprender. Mas como é estranho este novo normal.n

TREINADORES E JOGADORES DE FORA POR INFEÇÃO E PÚBLICO EM CASA